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Comunidade internacional promete US$ 5,3 bi em ajuda ao Haiti

A comunidade internacional superou as expectativas ao assumir o compromisso de destinar 5,3 bilhões de dólares nos próximos dois anos à reconstrução do Haiti – inclusive U$172 milhões prometidos pelo Brasil – , anunciou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

“Temos muito boas notícias”, disse o chefe das Nações Unidas nesta quarta-feira, ao apresentar os resultados da reunião, em Nova York, dos representantes de 138 países e organismos do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. “Os Estados-membros se comprometeram a destinar 5,3 bilhões de dólares nos próximos dois anos, e de 9,9 bilhões no total nos próximos três anos e além”, disse Ban durante entrevista coletiva.

“Os amigos do Haiti agiram muito além das expectativas”, comemorou. “Isto não é apenas simbólico e retórico”, completou o chanceler brasileiro, Celso Amorim, “mas também é um compromisso para supervisionar durante os próximos dois anos aquilo que decidimos hoje”.

A cifra superou, e muito, a meta de US$ 3,8 bilhões para os próximos 18 meses, que havia sido estabelecida pelos organizadores da conferência para reerguer o Haiti, paós devastado pelo terremoto de 7,7 graus de magnitude que destruiu sua capital, Porto Príncipe, em 12 de janeiro, deixando pelo menos 220 mil mortos, 1,3 milhão de desabrigados e danos calculados em cerca de oito bilhões de dólares, o equivalente a 120% do PIB do Haiti.

As maiores contribuições prometidas são dos Estados Unidos e dos 27 países da União Europeia. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, coorganizadora da conferência junto com Ban, ofereceu US$ 1,15 bilhão, afirmando que os fundos seriam direcionados para apoiar o plano haitiano “de fortalecer a agricultura, a energia, a saúde, bem como a segurança e a governança” no país.

Hillary disse esperar que “a reconstrução seja obra dos haitianos (…), transparente, coordenada e guiada para a exigência de resultados”. No entanto, acrescentou, “a ajuda nunca salvou nenhum país”. “Nosso objetivo deve ser fortalecer os haitianos” para que possam levar adiante o desenvolvimento do seu país. A proposta americana se soma aos US$ 2,8 bilhões solicitados na semana passada ao Congresso pelo presidente Barack Obama para as necessidades urgentes.

A UE prometeu 1,6 bilhão de dólares adicionais, dos quais a França se comprometeu a desembolsar US$ 243 milhões (180 milhões de euros) em 2010-2011, para alimentação e a restauração da autoridade governamental. Cento e trinta e oito países, bem como entidades internacionais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, organizações não-governamentais e representantes de haitianos residentes no exterior participaram da conferência.

O Banco Mundial prometeu US$ 250 milhões em uma nova ajuda, lembrando que pagará US$ 479 milhões até junho de 2011. Amorim propôs, em nome do Brasil, uma ajuda de US$ 172 milhões, valor quase todo voltado para a área da saúde. O chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla – que manteve uma incomum reunião bilateral sobre o Haiti com Cherryl Mills, conselheira de Hillary Clinton – advertiu, por sua vez, que a ajuda deve beneficiar “não aos bancos e companhias estrangeiras, mas ao povo haitiano, especialmente os mais pobres”.

A cifra de US$ 3,8 bilhões inicialmente pretendida pelos organizadores da reunião seria a primeira parte de um montante estimado em US$ 11,5 bilhões como ajuda necessária para a reconstrução do país nos próximos 10 anos. A reunião de Nova York foi co-presidida por Brasil, Canadá, União Europeia, França e Espanha, todos doadores importantes. O Brasil é o principal participante com tropas para a missão dos capacetes azuis da ONU no Haiti (Minustah).

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