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Comunidade de Sant’Egidio recorda episódio da guerra dos 16 anos

Celebra-se esta quinta-feira (04) vinte anos de paz em Moçambique. Segundo a Comunidade de Sant’Egidio, é pouco tempo, mas também muito para um país jovem como Moçambique, onde metade da população não conheceu a guerra. Naquele dia 4 de Outubro de 1992, escreve a Sant’Egidio num comunicado enviado ao @Verdade, depois de 16 anos de guerra, na qual perdera a vida mais de um milhão de moçambicanos, começou-se a elaborar um “alfabeto” para escrever as regras da convivência política.

“A guerra em Moçambique foi uma tragédia. As pessoas viviam como num pesadelo sem fim. Se hoje podemos sair para qualquer lugar do país, naquela altura era fácil ser morto pelo caminho. No campo, a população era vítima de destruições, pilhagens, matanças. Não havia futuro. Por isso, naquele 4 de Outubro os moçambicanos voltaram a viver”, descreve.

A Paz de que os moçambicanos se orgulham foi fruto de 27 meses de negociações entre o Governo e a Renamo, com a insólita mediação da Comunidade de Sant’Egidio e de um grupo de homens de boa vontade, numa iniciativa essencialmente cívica que teve como fundamento o valorizar “o que une, pondo de lado o que divide”.

Naquela altura, muitos entre os moçambicanos eram crianças. Esses hoje podem dizer “eu não sei nada disso”! Outros, que nem sequer tinham nascido, poderiam acrescentar: “eu nasci depois… o que tenho a ver com esta história?”.

Ademais, o mesmo comunicado refere que “ninguém aqui pode dizer que não precisa do ar que está a respirar. Este ar é a paz. A paz é o ar que nos permite de viver”.

No dia 4 de Outubro de 1992 os moçambicanos foram capazes de terminar a violência da guerra, que é a mãe de todas as pobrezas. “É uma memória que honra as pessoas que tomaram o risco de negociar a paz; mas sobretudo honra e orgulha todo o povo Moçambicano. Esta memória é a história do valor do diálogo, da não violência, da convivência democrática. É um valor que deve ser vivido e transmitido e a memória desse evento fundacional da história do país deve sempre permanecer”.

Para celebrar a efeméride as Comunidades de Sant’Egidio em Moçambique organizam encontros, debates e palestras em todo o país para manter vivo o orgulho da paz. Neste contexto, a Comunidade de Sant’Egidio lançou este ano um concurso artístico para os estudantes das escolas primárias e secundárias. Inúmeros jovens participaram com poemas, cantos e pinturas: “a paz não é sentida como algo de abstracto, mas é um autêntico ideal para esses jovens que nunca chegaram a viver a guerra, e consideram importante o seu empenho pessoal em prol da paz”.

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