O Ministro moçambicano da Indústria e Comércio, Armando Inroga, disse, Quarta-feira (21), em Maputo, que de Janeiro a Setembro últimos foram comercializados cerca de 1,3 milhões de toneladas de produtos diversos, cifra que corresponde a 79 por cento do volume global projectado para 2012.
Falando na Assembleia da República (AR), o parlamento nacional, em resposta à questões formuladas ao governo pelos deputados, Inroga disse que esta cifra também representa um crescimento de oito por cento em relação ao volume de produtos comercializados no igual período do ano passado.
“O milho, mandioca, feijão, amendoim, castanha de caju, arroz e mapira constituem os produtos mais comercializados no período em análise, representando em conjunto 89 por cento do global comercial- izado”, disse ele.
Com 651,5 mil toneladas, a comercialização do milho representa cerca de 50 por cento do global.
Segundo o Ministro, reconhecendo a importância da comercialização agrícola na economia nacional, o governo realizou uma série de acções, incluindo a revitalização do Instituto de Cereais de Moçambique (ICM) para dinamizar e desenvolver a compra, escoamento, conservação e venda de cereais e outros produtos agrícolas, bem como realizar actividades visando garantir a segurança alimentar.
Inroga disse ainda que no quadro de memorandos assinados com os parceiros do ICM foram comercializados cerca de 67 mil toneladas de produtos diversos.
Na sua intervenção, Inroga indicou que no âmbito da agregação de valor aos produtos agrícolas, o governo implantou nas principais zonas de aptidão agroecológica duas fabricas de processamento, designadamente as fábrica de processamento de milho em Ulónguè (Tete) e de arroz em Namacurra (Zambézia).
“Neste contexto, para a sua operacionalização, o governo decidiu, em Janeiro de 2012, repassar as fábricas de processamento de milho e de arroz ao Instituto de Cereais de Moçambique e, em Maio, de 2012 foi realizada a Escritura Pública de Transferência de Património, no Cartório Nacional Privativo do Ministério das Finanças e a sua Gestão Pública”, disse ele.
Ainda na gestão de reservas alimentares, o Primeiro-Ministro, Alberto Vaquina, disse que, além da revitalização do ICM e da construção de silos, está em curso a construção de “celeiros tipo Gorongosa” que permitem o aprovisionamento de quantidades de cereais superiores a uma tonelada e meia em boas condições de conservação e por intervalos de tempo superiores a um ano.
“É uma tecnologia acessível, cujos custos de construção estão perfeitamente ao alcance dos camponeses, estando neste momento em construção outras dezenas destes celeiros em províncias como Sofala e Tete”, disse o Primeiro-Ministro.
Segundo Vaquina, o governo pretende disseminar esta tecnologia por todo o país, como parte de uma estratégia visando autonomizar as famílias e evitando que eles sejam demasiado vulneráveis a eventuais flutuações do preço dos cereais, em particular do milho.
Além disso, o governo está a elaborar a Estratégia Integrada de Comercialização Agrícola para o período 2013/2020, tendo em conta o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário e o Plano Quinquenal do Governo 2010-2014.
Conforme explicou o Primeiro-Ministro, esta estratégia prevê um conjunto de acções estratégicas nos domínios de infraestruturas de suporte à comercialização, promoção da agro-indústria, financiamento à comercialização agrícola, intervenção do Estado na comercialização agrícola, entre outras medidas.