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Combatentes querem fundos para publicar obras

O s combatentes da Luta de Libertação Nacional, residentes na província de Nampula, dizem estar a enfrentar dificuldades relacionadas com a falta de fundos para publicar as obras por eles escritas, relatando episódios marcantes, e alguns dos quais inéditos, registados durante o desenrolar do combate contra o colonialismo.

Tal preocupação foi manifestada recentemente ao vice-ministro dos Combatentes, Marcelino Lipola, numa reunião realizada com os referidos elementos na cidade de Nampula. Queremos financiamentos para a publicação das nossas obras, que relatam muitos episódios da luta que continuam por divulgar até à data.

Aliás, achamos que o departamento de história instalado no Ministério dos Combatentes poderia facilitar-nos na materialização dessa pretensão. Pois, seria lastimável que morrêssemos sem transmitirmos essas histórias aos nossos filhos e netos, disse um combatente vulgarmente conhecido, em Nampula, por Camponês.

O ministro dos Combatentes disse ter ficado muito sensibilizado por ter ouvido da boca dos combatentes o desejo de reviverem os momentos difíceis da luta de libertação nacional através de livros, que são, na realidade, documentos importantes de preservação da nossa história, tendo, por conseguinte, garantido que a preocupação, que também é sua, mereceria a devida atenção.

Na reunião muito concorrida com o ministro dos Combatentes, os libertadores da pátria foram unânimes em afirmar que nunca pensaram que depois da conquista da Independência, estariam a viver nas condições em que vivem actualmente, com agravante de receberem pensões de reforma exíguas e, nalguns casos, haver os que ainda não recebem.

Entretanto, dados do governo provincial de Nampula, referem que no âmbito da divulgação do património da Luta Armada de Libertação Nacional, foram já realizadas um total de 112 palestras sobre o assunto, das 129 planificadas, tendo sido participadas por cerca de 10.800 pessoas.

Ainda no quadro dessa divulgação, segundo fonte governamental, já foram recolhidos 129 depoimentos audiovisuais em diferentes zonas da província de Nampula, particularmente nos centros de acomodação dos combatentes.

Outras acções que estão a ser levadas a cabo pelo executivo nampulense, com vista à ajuda e valorização dos combatentes da Luta de Libertação Nacional, é a concessão de bolsas de estudo e isenção da taxa de propinas escolares dos seus filhos, estando, neste momento, 43 a estudarem em diversas instituições de ensino, nomeadamente Universidade Eduardo Mondlane, Universidade Pedagógica, Universidade UniLurio, Instituto de Formação de Professores Primários, Instituto de Ciência de Saúde e outras.

Na província de Nampula existem 3.194 combatentes da Luta Armada de Libertação Nacional, dos quais 2.474 foram inscritos no primeiro semestre deste ano, para a obtenção de cartão de identificação do combatente.

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