A pandemia da covid-19 está a alastrar-se em Moçambique, neste sábado (16)um novo foco foi identificado no Distrito de Chibabava, na Província de Sofala, e outro no Município de Boane, na Província de Maputo. Mais dois trabalhadores do Porto de Maputo testaram positivo. Com 109 dos 129 casos infectados localmente é cada vez mais evidente a transmissão comunitária do novo coronavírus. Além disso as autoridades de Saúde revelaram que os mais de meio milhar de moçambicanos repatriados na África do Sul afinal nenhum deles havia sido testado antes da deportação para o nosso país.
A Directora Nacional de Saúde Pública anunciou que até “16 de Maio de 2020, em Moçambique foram testados cumulativamente, 5.735 casos suspeitos, dos quais 374 nas últimas 24 horas. Dos novos casos suspeitos testados, no laboratório do Instituto Nacional de Saúde, 364 revelaram-se negativos e dez, revelaram-se positivos, para covid-19. Do total dos testados, nas últimas 24 horas: 100 são de Cabo Delgado, 2 são de Manica, 11 são de Sofala, 1 é de Gaza, 151 são da Província de Maputo e 109 são da Cidade de Maputo”.
Em conferência de imprensa em Maputo a Dra. Rosa Marlene indicou que nove dos dez novos infectados são de nacionalidade moçambicana e um é de nacionalidade Portuguesa. Três apresentam-se com sintomatologia leve a moderada e sete sem sintomas.
Quatro dos novos doentes estão na Cidade de Maputo, “dois indivíduos do sexo masculino, de 32 e 56 anos de idade. Estes casos provêm da investigação realizada no Porto de Maputo; dois indivíduos do sexo masculino, de 29 e 32 anos de idade. Estes são regressados da África da Sul”, descreveu a Directora Nacional de Saúde Pública que anunciou um novo infectado na Cidade da Matola, “um indivíduo do sexo feminino, de 35 anos de idade”, cuja fonte de infecção não foi identificada.
“Relativamente ao Porto de Maputo ainda não acabaram as testagens, as amostras foram feitas a cerca de 60 trabalhadores e vão chegando os resultados dos testes, o indivíduo de nacionalidade portuguesa (positivo) faz parte das pessoas testadas no Porto”, clarificou.
A Dra. Rosa Marlene revelou também o surgimento de um novo foco da pandemia no Município de Boane onde foi diagnosticado “um indivíduo do sexo feminino, de 35 anos de idade” que chegou a Moçambique no passado dia 8 de Maio num voo regular da Ethiopian Airlines. Um outro passageiro do mesmo avião testou positivo na Província de Gaza, “um indivíduo do sexo masculino, de 35 anos de idade”.
Na Província de Sofala, onde ainda não foi localizado o bebé que testou positivo no dia 11 de Maio, foram identificados mais dois casos positivos, “um indivíduo do sexo masculino, de 27 anos de idade, regressado da África de Sul”, no Distrito de Buzi, e um novo foco no Distrito de Chibabava onde foi diagnosticado “um indivíduo do sexo masculino, de 26 anos de idade, regressado da África de Sul”.
Entretanto o Director Nacional para a Área de Inquérito e Monitoria de Saúde esclareceu que contrariamente a informação anteriormente divulgada nenhum dos 536 moçambicanos repatriados no dia 10 de Maio, através da fronteira de Ressano Garcia, havia sido testado para o novo coronavírus. “Cabe-nos esclarecer que embora tenha havido esta informação prévia na verdade os compatriotas foram sujeitos a um rastreio na África do Sul que não incluiu um teste, em termos de testagem laboratorial isso foi feito no território nacional”.
No Centro Transitório de Manguaza amostras de todos os repatriados foram recolhidas contudo, antes dos resultados estarem disponíveis, os cidadãos foram encaminhados às suas zonas de residência, dispersos por várias províncias do Sul e Centro de Moçambique.
No rol dos dez diagnosticados neste sábado (16) está ainda “um indivíduo do sexo masculino de 28 anos de idade” infectado de fonte desconhecida na Sede do Distrito de Palma, na Província de Cabo Delgado.