Cinco ataques aéreos a alvos errados realizados pela coligação árabe que apoia o presidente do Iémen, Abdo Rabbo Mansour Hadi, mataram pelo menos 70 soldados leais ao regime e deixaram outros 200 feridos no sudeste do país, informou nesta quarta-feira à Agência Efe uma fonte militar.
Os bombardeamento ocorreram na noite desta terça-feira e, em vez de atingirem os houthis que lutam contra Hadi, acertaram o quartel da 23ª Brigada Motorizada da região de Al Abar, na província de Hadramut.
O chefe do Estado-Maior do Exército de Hadi, general Mohammed Ali al Meqdishi, disse em comunicado que “o bombardeamento lançado na noite de ontem pela coligação árabe foi errado e causou mortes”, sem informar sobre o número de vítimas.
O quartel, principal centro de recrutamento e rearmamento das tropas leais ao presidente iemenita, fica perto da passagem fronteiriça de Al Abar com a Arábia Saudita, o único que segue funcionando e não está sob o controle dos rebeldes.
O objectivo dos ataques aéreos eram soldados houthis e milícias ligadas ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que tentam tomar a passagem na fronteira, segundo a fonte militar.
Há dois dias, mais de cem pessoas, a grande maioria civil, morreram e dezenas ficaram feridas em bombardeamentos lançados pela aliança liderada pela Arábia Saudita contra duas regiões controladas pelos houthis no norte e no sul do Iémen.
Desde o agravamento da crise no país com os ataques da coligação, iniciados no dia 26 de Março, foram registados mais de 3 mil mortes no Iémen, das quais 1.528 eram civis.
Riad e uma série de países árabes intervieram no Iémen em apoio de Hadi para evitar que os houthis conquistassem todo o país após derrubarem o presidente do poder no início de Fevereiro.