Quatro dias após a morte de Michael Jackson, a família continuava esta segunda-feira preparando o funeral do cantor, lançando a primeira ofensiva para defender seus interesses pedindo oficialmente a guarda dos filhos do “Rei do Pop”.
A Suprema Corte de Los Angeles anunciou ter recebido hoje uma demanda em nome de Katherine Jackson, a mãe de Michael Jackson, para obter a guarda de Prince Michael, 12 anos, Paris, 11 anos, e Prince Michael II, sete anos. A audiência, inicialmente marcada para o dia 3 de agosto, foi antecipada para o dia 6 de julho.
O juiz Mitchell Beckloff concedeu a Katherine Jackson, 79 anos, a guarda provisória das três crianças. Michael Jackson teve os dois mais velhos com sua segunda esposa, a enfermeira Deborah Rowe. O terceiro nasceu de uma mãe de aluguel, com identidade nunca revelada. Ainda não se sabe se Rowe, separada de Jackson desde 1999, abriu mão da guarda das crianças, ou se pretende recorrer à justiça para recuperá-las.
Domingo, o advogado da família Jackson, Londell McMillan, anunciara que os pais do cantor lutariam pela guarda. “Não posso imaginar melhor pessoa para estas crianças que uma avó como Katherine Jackson”, afirmara McMillan. “Ela pedirá a guarda. Gosta deles do fundo do coração”, acrescentara.
Desde a morte do pai, as três crianças estão sob a custódia da avó, em sua casa de Encino, na periferia de Los Angeles. A audiência de 6 de julho também deverá designar o responsável provisório pelos bens de Michael Jackson. A família já emitiu uma demanda neste sentido, confirmou uma fonte da Suprema Corte. Esta primeira ofensiva legal é a primeira tentativa da família Jackson de assumir o legado e os interesses do “Rei do Pop”.
Paralelamente, a preparação do funeral, para o qual ainda não foi determinada uma data, continuaram esta segunda-feira. A família deve se encontrar ainda hoje com o pastor negro Al Sharpton, defensor dos direitos cívicos, para conversar sobre a organização das cerimônias. O pastor revelou que a família pretende organizar diversas cerimônias simultâneas em todo o mundo, para atender os milhões de fãs do ídolo.
Assim que chegou a Los Angeles, Sharpton fez questão de defender a memória de Jackson. “Não era um monstro, era um gênio. Não era excêntrico, era inventivo, e sua inventividade derrubou barreiras, e isso deveria ser muito mais reconhecido”, afirmou.
O mistério segue pairando sobre as causas exatas da morte do “Rei do Pop”. Acusado indiretamente pela família, o médico particular do astro, Conrad Murray, se defendeu novamente nesta segunda-feira, através de seu advogado, Ed Chernoff. “Não havia nada na história de Michael Jackson, nada que Conrad Murray soubesse, que poderia ter levado ele a pensar que seu paciente estava sujeito a sofrer uma parada cardíaca ou uma insuficiência respiratória”, afirmou Chernoff à rede CNN.
As causas da morte de Jackson “continuam a ser um mistério”, acrescentou. Domingo, o pai do cantor, Joseph Jackson, dissera ter ainda “muitas preocupações” sobre as circunstâncias da morte de filho, aos 50 anos. “Não posso entrar em detalhes, mas não gosto do que aconteceu”, afirmara.
As homenagens ao astro continuaram em todo o mundo. Domingo à noite, sua irmã, a cantora Janet Jackson, apareceu na cerimônia de entrega dos prêmios da Black Entertainment Television (BET Awards) para prestar uma homenagem ao irmão. “Para vocês, Michael é um ícone, mas para nós, ele é nossa família, e viverá para sempre em nossos corações”, declarou.