Um fenómeno desusado registou-se na terça-feira, 04 de Março corrente, no espaço sideral, sobre a cidade de Inhambane. Trata-se de uma massa cinzenta carregada que cobria o Sol em forma de círculo, tendo, nas extremidades, com o mesmo formato, as cores do arco-íris.
O acontecimento foi visto apenas em alguns pontos daquela urbe. Os mirones descreveram o fenómeno como um eclipse solar, mas essa teoria foi imediatamente desmentida, pois, se fosse o caso, o astro teria ficado oculto, total ou parcialmente, e não foi o que aconteceu.
O Sol terá permanecido visível na sua totalidade durante o tempo que durou a penumbra provocada pela massa de gelo. Foram cerca de duas horas (por volta das 09h:00 às 11h:00) de incerteza e algum receio. Mas o astro voltou a brilhar na sua plenitude.
O astrofísico Cláudio Paulo explicou ao @Verdade que o que se observou na cidade de Inhambane foi um halo, um fenómeno caracterizado por um “anel” de luz em volta do Sol. Podia, também, ter sido em volta da Lua. Isso acontece por causa da luz que é emitida desses astros, os quais, por via disso, acabam por reflecti-la nos cristais de gelo que estão na atmosfera em forma de nuvens.
A referida luz refratada e reflectida pelos cristais de gelo pode-se dividir em cores – por causa da dispersão – quase semelhantes às de um arco-íris. “Este é um fenómeno natural que ocorre quando existem cristais de gelo na atmosfera e a luz do Sol atravessa-os; é relativamente comum, até é possível vê-los ao redor da Lua às vezes”, esclareceu-nos Cláudio Paulo, para quem, normalmente, os halos se formam entre 5 a 10 quilómetros na troposfera superior.