Os activistas da oposição acusaram, esta Terça-feira, as tropas sírias de bombardearem duas cidades numa campanha para enfraquecer as forças anti-governo antes dum cessar-fogo previsto para próxima semana.
Os Rebeldes mantiveram também os seus ataques, matando três soldados em duas ações no norte da Síria, segundo os activistas.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, acatou um cessar-fogo negociado pelo enviado internacional Kofi Annan para valer a partir de 10 de Abril.
O governo sírio reprime há um ano uma onda de manifestações por democracia, que cada vez mais ganha contornos duma guerra civil.
A Organização das Nações Unidas estima que 9.000 pessoas, a maioria civis, já tenham sido mortas pelas forças de segurança.
O governo, por sua vez, afirma ser vítima de “grupos terroristas armados”, que já teriam matado mais de 3.000 soldados e policiais.
Uma equipe precursora do departamento de missões de paz da ONU deve chegar até Quinta-feira a Damasco para discutir como os observadores irão monitorar a trégua, disse em Genebra um porta-voz de Annan.
Mas a oposição síria e os governos ocidentais já deixaram claro o seu cepticismo quanto à disposição de Assad de respeitar essa trégua, depois de várias promessas não cumpridas anteriormente por ele.
Os activistas dizem que o governo irá intensificar os ataques nos próximos dias para consolidar as suas posições contra os rebeldes.
Waleed al-Fares, membro da oposição em Homs, centro simbólico da luta contra Assad, disse que a cidade voltou a ser bombardeada, esta Terça-feira.
Outro activista da oposição, Mortadha al-Rashid, disse à Reuters, de Damasco, que a localidade de Zabadani, no oeste do país, também está sob ataque.
“O regime não dá sinais de parar”, disse ele. “Onde estão as palavras de Kofi Annan? Porque nunca as vimos nas ruas.”
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha, afirmou que um soldado morreu em confronto na província de Idlib, no norte, e que dois guardas perderam a vida num ataque à casa do director de logística militar em Aleppo, segunda maior cidade do país.
A agência estatal de notícias Sana relatou que dez soldados e policiais foram enterrados com honras, Segunda-feira.
Os relatos vindos da Síria são difíceis de ser confirmados de forma independente, por causa das restrições do governo ao trabalho da imprensa estrangeira.