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Cidade perto de Damasco sofre ataque; a Síria tem 100 mortos no dia

Tropas e tanques invadiram uma cidade perto da capital Damasco, esta Quinta-feira (23), num ataque destinado a esmagar a oposição ao presidente Bashar al-Assad, na guerra civil cada vez mais sangrenta na Síria.

A localidade sunita de Daraya passou 48 horas sob o fogo de canhões e helicópteros, período em que 25 pessoas morreram e 200 ficaram feridas; depois disso, os soldados entraram na cidade e ocuparam casas, segundo as fontes da oposição.

“A artilharia está a disparar do monte Qasioun em rajadas regulares de bombardeios pesados. Eu me pergunto o que restou da cidade”, disse uma mulher, que observava ao bombardeio de Damasco.

Pelo menos 100 pessoas, inclusive 59 civis, morreram na violência no país todo, esta Quinta-feira, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Cerca de 200 morreram, Quarta-feira.

Houve pouca resistência no centro de Daraya, que fica na periferia sudoeste de Damasco. Os activistas na capital disseram que os rebeldes armados provavelmente já haviam deixado a área ocupada pelo Exército.

“Eles estão a usar morteiros para limpar cada sector. Aí eles entram, avançando rumo ao centro”, disse o activista Abu Zeid, falando dum ponto nos arredores de Daraya.

Imagens colocadas no site YouTube mostraram o funeral duma mulher e seus cinco filhos mortos, segundo os activistas, por bombardeios em Daraya. Eles disseram que antes de ser morta a família havia fugido da ofensiva do governo noutro subúrbio de Damasco, Mouadamiya.

Os corpos estavam envoltos em lençóis brancos, com os rostos das crianças expostos. Os participantes do funeral gritaram que “Assad é o inimigo de Alá”.

Os adversários de Assad disseram que 86 pessoas foram mortas, sendo mais de 40 a sangue frio, na ofensiva governamental da Segunda e Terça-feira em Mouadamiya.

É difícil verificar as informações devido às restrições impostas pelo governo ao trabalho da imprensa independente. Os líderes sírios dizem estar a enfrentar “terroristas armados” e apoiados por governos ocidentais e de países árabes do golfo Pérsico.

Checheno morto

Os combatentes rebeldes doutros países, árabes ou não, aderiram à insurgência síria. Isso possivelmente inclui Rustam Gelayev, filho dum falecido comandante rebelde da região russa da Chechênia.

A imprensa russa e sites simpáticos aos insurgentes islâmicos no Cáucaso noticiaram que Gelayev foi morto na Síria. Algumas fontes disseram que ele estava envolvido na luta contra Assad.

Mas o jornal Kommersant informou, citando um seu parente, que Gelayev estava a estudaro na Síria e foi morto quando tentava chegar à Turquia escapando da violência.

Em Aleppo, maior cidade síria, os tanques bombardearam prédios no bairro rebelde de Saif al-Dawla, num momento em que os civis locais haviam voltado para apanhar pertences nas suas casa.

“Para onde vamos? Ontem eles atacaram a base rebelde noutro lado da rua, mas lugar nenhum é seguro em Aleppo. Os aviões bombardeiam em todo o lugar”, disse um carpinteiro que não quis se identificar. “Se há um lugar seguro na Síria, diga-me. Não temos dinheiro para sair do país”, disse o homem, de 53 anos.

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