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Chuvas na Índia deixam 109 mortos e 400 mil desabrigados

As monções já deixaram 109 mortes na Índia desde que as chuvas começaram em Junho e pelo menos 400.000 pessoas desabrigadas no Estado de Assam, uma tragédia que especialistas dizem ter sido agravada pela corrupção e falha na contenção do rio Brahmaputra.

Um membro da Comissão de Direitos Humanos de Assam, um órgão do governo, disse à Reuters que suspeita que milhões de dólares destinados para o controle de enchentes foram desviados por funcionários do departamento estatal de água nos últimos cinco anos.

A comissão exigiu uma investigação de alto nível por parte do governo. O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, que representa Assam na Câmara Alta do Parlamento, descreveu as inundações como as piores nos últimos tempos e prometeu 1.800 dólares à família de cada vítima como indemnização.

Os críticos dizem que grande parte do dinheiro vai evaporar. “A corrupção fica desesperada antes e depois de uma enchente”, disse Arup Misra, um proeminente activista ambiental no Estado e professor da Faculdade de Engenharia de Assam.

“Alguns funcionários esperam ansiosamente por inundações, uma que com isso poderiam ganhar dinheiro na reparação de diques e distribuição de ajuda.”

Ao longo dos últimos 60 anos, sucessivos governos construíram diques ao longo de boa parte do comprimento do rio Brahmaputra, que é o principal de Assam e é alimentado pela neve derretida do Himalaia e por algumas das mais pesadas precipitações do mundo.

Os especialistas dizem que essas barragens são mal cuidadas e as inundações são mal geridas.

Quase uma década atrás, o pai de Hannan Sikdar perdeu a sua casa e fazenda devido às inundações em Assam.

A 28 de Junho, o mesmo destino atingiu Sikdar e sua família de 10 pessoas, quando o Brahmaputra transbordou através dum dique e varreu a sua casa e tudo o que possuíam na madrugada

A população de Assam está em ascensão e, como milhões de outros, Sikdar vivia numa zona de risco junto à barragem enlameada do rio.

Milhões de dólares foram destinados para manter as barragens em boa forma. Mas em oito anos a viver lá, Sikdar diz que ninguém veio falar sobre os riscos.

“Este era o lugar onde fizemos a nossa casa, quando o meu pai perdeu a sua propriedade há vários anos”, disse o rapaz de 30 anos, olhando para os destroços da sua casa de bambu e madeira, a partir de uma nova improvisada ainda mais ao longo da barragem.

“Nunca foi dito que esta barragem podia romper-se.”

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