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Chuvas afectam mais 30 mil pessoas em Nampula

Cerca de 31 mil pessoas afectadas pelas inundações necessitam de ajuda imediata nos distritos de Moma, Nacala-porto, Ribaué, Murrupula e Rapale, na província de Nampula, no norte de Moçambique.

Segundo Virgínia Malauene, delegada provincial do Instituto Nacional de Gestão de Calami- dades (INGC) em Nampula, o número de afectados pelas inundações em toda a província ronda as 53 mil pessoas.

Com a declaração do alerta vermelho em 12 de Fevereiro, ficou provado que 31 mil pessoas deveriam urgentemente beneficiar de ajuda em produtos alimentares, vestuário e materiais de construção, cujas habitações e campos de produção agrícola foram arrastadas pela força da água das chuvas e vendavais.

Malauene fez este anúncio à margem de mais uma cerimónia de entrega de donativos às vítimas das últimas enxurradas que se abateram sobre a cidade de Nampula.

Em entrevista concedida ao @ Verdade, a delegada provincial do INGC disse estar ainda em perspectiva o processo de retirada das famílias que residem nas margens do rio Ligonha, na localidade de Mocoroge, posto administrativa sede de Macone, em Moma. Para o efeito, o governo está a identificar zonas seguras onde se possa reassentar as referidas famílias que ciclicamente sofrem os efeitos das calamidades.

CDN e Vale desalojam famílias em Murrapaniua

Por outro lado, o INGC acaba de identificar outras famílias que perderam as suas habitações na semana passada na cidade de Nampula, devido à descarga da água das chuvas originárias da linha férrea.

Os proprietários das referidas habitações, localizadas ao longo da ferrovia, acusam as empresas Corredor de Desenvolvimento do Norte e Vale de erguerem um muro de vedação sem a observância de quaisquer normas técnicas que permitissem o escoamento adequado da água das chuvas.

O @Verdade visitou, na quinta-feira (19), o bairro de Murrapaniua, posto administrativo municipal de Natikire, para se inteirar do assunto, tendo deparado com muitas casas destruídas, sobretudo aquelas que se encontram localizadas ao longo da linha férrea. São no total 19 famílias, oito das quais em situação de extrema vulnerabilidade, que se encontram a viver ao relento e outras em casas dos seus parentes.

As famílias acusam as empresas Vale e CDN de erguerem o muro de vedação na linha férrea sem terem criado condições que permitissem o escoamento adequado da água das chuvas e exigem indemnizações que variam entre 100 e 300 mil meticais.

Aniel Paulo, director dos Serviços Sociais no Conselho Municipal de Nampula, reconhece a legitimidade das preocupações dos populares de Murrapaniua e de outros bairros da cidade que se encontram nas mesmas condições.

O nosso interlocutor disse que a sua instituição está a negociar com as duas instituições a possibilidade de se ultrapassar o conflito, de forma amigável, bem como o reassentamento das vítimas noutras áreas. As duas empresas ainda não reagiram, embora tenham sido notificadas.

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