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China promete foco em reformas e crescimento mais limpo

A China emitiu o mais claro sinal até agora de que os dias de crescimento económico estonteante chegaram ao fim, ao prometer travar uma guerra contra a poluição e reduzir o ritmo dos investimentos ao menor nível numa década para buscar uma expansão mais sustentável.

Num pronunciamento anual ao Parlamento para apresentar um balanço da sua gestão, o primeiro-ministro Li Keqiang disse, esta quarta-feira (5), que a meta de crescimento económico para este ano é de 7,5 por cento, maior índice entre as grandes potências mundiais, mas salientou que o crescimento não poderá atrapalhar as reformas.

Usando termos cuidadosamente seleccionados, Li disse que a China, segunda maior economia mundial, buscará promover reformas que afectarão do sector financeiro ao ambiental, gerando ao mesmo tempo mais empregos e renda. Depois de três décadas de um crescimento superior a 10 por cento ao ano, o que tirou milhões de pessoas da pobreza – mas também contaminou o ar e a água do país e deixou a nação fortemente endividada -, a China deseja reequilibrar a sua economia.

“A reforma é a maior prioridade para o governo”, disse Li a cerca de 3.000 delegados cuidadosamente escolhidos, no seu primeiro pronunciamento no amplo plenário do Parlamento, no centro de Pequim. “Precisamos ter fibra para continuar a lutar e romper amarras mentais para aprofundar as reformas em todas as frentes.”

As fábricas ociosas serão fechadas, os investimentos privados serão estimulados, a burocracia governamental será reduzida, e a preparação de um novo imposto para a protecção ambiental será acelerada a fim de criar uma economia mais limpa e alimentada principalmente pelo consumo, e não mais pelos investimentos, segundo Li.

Para contribuir com essa transição, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma informou ao Parlamento que o governo terá como meta um crescimento de 17,5 por cento nos investimentos em ativos fixos neste ano, o menor índice em 12 anos. Os investimentos responderam por mais de metade do crescimento chinês de 7,7 por cento no ano passado.

Em 2013, esse quesito teve alta de 19,6 por cento, acima da meta de 18 por cento. As moedas asiáticas tiveram alta com a notícia de que o PIB chinês, de 9,4 trilhões de dólares por ano, permanecerá em viés estável depois do começo turbulento deste ano. Investidores temiam que o governo fosse anunciar uma redução na sua meta de crescimento para o ano.

“Como o crescimento do PIB está previsto para ser de 7,5 por cento por ‘mais tempo’, vemos essa meta como favorável para a região asiática, o comércio e as moedas associadas a matérias primas”, disse Annette Beacher, analista da TD Securities, em Cingapura.

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