Os parlamentares britânicos não terão permissão para entrar em Hong Kong como parte de uma investigação sobre as relações britânicas com a sua ex-colónia e o progresso da democracia na cidade, informou, domingo (1), o chefe de uma comissão parlamentar da Grã-Bretanha.
“Fui informado pela embaixada chinesa que se nós tentarmos viajar para Hong Kong teremos a entrada recusada”, disse o presidente da comissão de Assuntos Externos, Richard Ottaway, num comunicado.
“Somos um comité de membros eleitos do Parlamento de uma nação democrática que deseja avaliar o trabalho diplomático britânico em Hong Kong. O governo chinês está a agir de forma abertamente conflituosa ao recusar o nosso acesso para fazer o nosso trabalho.”
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Hua Chunying disse que, como Pequim é responsável pelos assuntos externos de Hong Kong, tem todo direito de decidir quem pode entrar no território.
“Notei que alguns parlamentares da comissão de Assuntos Externos do Parlamento britânico disseram que a proibição da China à entrada deles em Hong Kong era abertamente conflituosa”, disse ela a jornalistas, esta segunda-feira.
“A China disse muitas vezes à Grã-Bretanha que opõe-se a ida da chamada delegação da comissão dos Assuntos Externos do Parlamento britânico a Hong Kong para a chamada investigação, e pediu que eles cancelassem a visita”, acrescentou. “Se alguns parlamentares britânicos estão empenhados em fazer isso, é o que se entende por confrontação aberta, e isso não é benéfico para os laços sino-britânicos”.
A comissão está a avaliar as relações da Grã-Bretanha com Hong Kong 30 anos depois de ter acordado os termos para entregar o controle da cidade para a China, e como esses termos estão a ser implementados.
A notícia de que a comissão não poderá visitar Hong Kong acontece num momento em que milhares de activistas pró-democracia têm entrado em confronto com a polícia sobre a forma como os líderes da cidade serão eleitos em 2017.
