As exportações da China caíram em março 17,1%, a quinta queda mensal consecutiva, anunciou nesta sexta-feira o governo, embora a queda não tenha sido tão pronunciada como a do mês de fevereiro.
Os dados do serviço de alfândegas sugeriram que o impacto da crise financeira mundial no setor exportador chinês pode estar diminuindo, mas ainda é muito cedo para tirar conclusões, segundo analistas. “Certamente, os dados mostram que as exportações permaneceram fracas.
Mas o ritmo de desaceleração está caindo, o que é um sinal relativamente positivo neste momento”, disse Jason Xu, economista da China International Capital Corporation em Pequim. “No entanto, é difícil dizer que isto marca uma tendência, pois ainda há muitas incertezas”, comentou o analista.
As exportações chinesas caíram 17,1% em março e totalizaram 90,29 bilhões de dólares após os péssimos dados de fevereiro, quando as vendas ao estrangeiro caíram 25,7% ao ano, sua pior queda em mais de uma década. As importações despencaram 25,1% ao ano em março, ficando em 71,73 bilhões de dólares, segundo o serviço de alfândegas.
Isto conduziu a um aumento de 41,2% ao ano do superávit comercial, a 18,56 bilhões de dólares, segundo as alfândegas. As exportações da China caíram desde finais do ano passado devido à crise econômica mundial, que minou a demanda. A desaceleração levou ao fechamento de milhares de fábricas de produtos de exportação nas zonas manufatureiras do sul e o leste do país.
Ao menos 25 milhões de trabalhadores emigrantes das áreas rurais pobres da China que normalmente encontrariam emprego nestas fábricas estão agora desempregados, segundo dados governamentais divulgados mês passado.
O governo chinês anunciou em novembro um pacote de estímulo econômico no valor de 580 bilhões de dólares para combater a crise, e os economistas indicaram que este teve certo impacto. Xu também destacou alguns fatores positivos no estrangeiro.
“Os atuais dados sobre o consumo nos Estados Unidos estão dando alguns sinais positivos, que provavelmente darão certo apoio às exportações da China a curto prazo”, disse.