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China devolve passaporte a artista dissidente Ai Weiwei após quatro anos

O artista dissidente chinês e defensor da liberdade de expressão Ai Weiwei disse nesta quarta-feira que as autoridades de Pequim devolveram o seu passaporte, mais de quatro anos depois de ter sido confiscado quando ele ficou preso por um período de 81 dias em local secreto.

Ai, de 58 anos, disse à agências Reuters por telefone que a polícia encarregada do controle de entrada e saída no país, que emite passaportes para os cidadãos chineses, chamou-o nesta quarta-feira de manhã para devolver-lhe o passaporte. A surpreendente decisão ocorre num momento de aprofundamento da repressão sobre a sociedade civil na China.

Com o passaporte, ele agora poderá ver uma retrospectiva da sua obra no Royal Academy of Art, de Londres, em Setembro. Com a sua presença na exposição o país evita manchetes negativas indesejadas sobre a China na Grã-Bretanha um mês antes de o presidente Xi Jinping visitar o país.

Ai disse que está legalmente autorizado a viajar para fora da China, mas isso vai depender se outros países emitirem o visto. “Eu não estou surpreso porque, na realidade, ao longo de muitos anos eles disseram que iriam devolver-me o passaporte”, disse Ai. “Eles nunca disseram que nunca iriam entregá-lo, mas isso arrasta-se há quatro anos.”

O Ministério da Segurança Pública, encarregado do sector de passaportes, não respondeu a um pedido para comentar o assunto. Em 2011, Ai foi detido sem qualquer acusação e mantido na maior parte do tempo em confinamento solitário, o que provocou um protesto internacional. Um tribunal mais tarde aplicou a ele uma multa de 2,4 milhões dólares por evasão fiscal.

O artista de renome mundial diz que as acusações de evasão fiscal foram forjadas em represália pelas suas críticas ao Governo. Em Novembro de 2013, ele começou a protestar contra a sua proibição de viajar, colocando flores no cesta de uma bicicleta diante da sua casa e estúdio de Pequim. No Twitter, ele disse que iria fazer isso todos os dias até que “recuperasse o direito de viajar livremente”. Na quarta-feira, ele disse que contabilizou 600 dias.

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