Um grupo de antigos destacados funcionários comunistas chineses redigiram uma carta aberta onde apela ao fim da censura. Na carta, o grupo de 23 anciões, refere que a liberdade de expressão é um direito inscrito na constituição chinesa, mas que na prática não é permitido. O documento descreve ainda o actual sistema chinês como um escândalo e um embaraço.
Um dos signatários, o autor Sha Yexin, disse à BBC estar confiante de que, apesar de que a carta já tenha sido apagada de grande parte dos web sites chineses, a mensagem iria continuar a circular: “Eu coloquei a carta no meu blog, e apesar de ter sido retirado no espaço de duas horas, muitas pessoas já a tinham lido e re-enviado para outros.
“Estamos na era da Internet e nada pode ser apagado por completo. Qualquer coisa colocada na Internet, mesmo por um só minuto, torna-se impossível de ser completamente apagada”, explicou Yexin.
Sha Yexin disse que não conseguia prever qual o impacto que a carta irá ter, mas que se sentia optimista. “Acredito que haja pessoas iluminadas dentro do partido. Por exemplo, eu sou um apoiante do primeiro ministro Wen Jiabao e penso que ele concorde com o que estamos a dizer”, continuou o signatário. Respeito pelos jornalistas
Os anciões exigem ainda mais respeito pelos jornalistas, o direito de se expressarem livremente na Internet e o fim à proibição de certas publicações.
A carta, subscrita por ex-funcionários comunistas como o antigo secretário to líder revolucionário Mao Tsé-Tung e um antigo editor do jornal oficial do Partido Comunista (o Diário Popular), chega dias depois da polémica atribuição do Prémio Nobel da Paz ao dissidente Liu Xiaobo. O dissidente chinês está a cumprir uma pena de 11 anos de prisão por apelar a reformar políticas na China.
Dentro de dias o Partido Comunista Chinês irá igualmente realizar um importante encontro no qual deverão ser promovidos os futuros líderes e políticas para os próximos anos.