A nacionalização do Banco da Venezuela, filial do grupo espanhol Santander, anunciada em julho do ano passado pelo presidente Hugo Chávez, seguirá adiante, indicou o próprio, negando rumores apontando para a paralisação do processo em consequência da crise.
“Nós vínhamos negociando para nacionalizar o Banco da Venezuela. Então começaram a dizer que Chávez deu para trás. Não, não, nada deu para trás”, declarou o presidente, em um discurso transmitido pela televisão pública.
“Anuncio a nacionalização do Banco da Venezuela para dar mais força ao sistema bancário público nacional, e para impulsionar políticas de desenvolvimento econômico e social com a montanha de dinheiro dos bancos privados, que movimentam quantias superiores ao orçamento nacional”, acrescentou Chávez.
Em Madri, porta-vozes do Grupo Santander disseram estar esperando pela concretização do processo desde novembro de 2008, porque as negociações estavam “muito adiantadas”. No entanto, com a passagem dos meses, o projeto de nacionalização pareceu se afastar com a chegada da crise financeira, que, segundo o próprio Chávez, obrigava Caracas a “rever” o preço estabelecido.
Com a nacionalização do Banco da Venezuela, terceiro maior do país, que teve 96% do capital comprado pelo Santander em 1996, o Estado venezuelano assumirá 25% da instituição, tornando-se o mais poderoso agente do sistema financeiro venezuelano.
O Banco da Venezuela representa menos de 2% dos negócios do Grupo Santander, que que opera em toda a América Latina