Cerca de duas mil pessoas, dentre as quais membros do Governo moçambicano e líderes religiosos de várias congregações, reuniram-se esta quarta-feira (18), no pavilhão do Maxaquene em Maputo, para rezar e prestar homenagem às 33 vítimas do fatídico voo TM 407, das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que se despenhou no passado dia 29 de Novembro em circunstâncias ainda desconhecidas, em território namibiano. Passados 19 dias do despenhamento os corpos das vítimas ainda não foram entregues as seus familiares para as exéquias fúnebres pois ainda decorre a identificação dos corpos e os exames de medicina legal.
“Viemos nos juntar para que todos afectados pela tragédia sintam que não estão só na sua perda irreparável, para além de recordar as obras que deixaram e os valores que guiaram as suas vidas”, afirmou o Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, que manifestou a sua disponibilidade para continuar a prestar apoio moral, emocional e psicológico às famílias enlutadas com vista a minimizar a dor pela perda dos seus ente-queridos.
Armando Guebuza sublinhou que uma das formas de reconhecimento dos cidadãos nacionais e estrangeiros que morreram naquele trágico acidente foi o decreto de três dias de luto nacional em sua memória, uma vez que tinham um papel preponderante a desempenhar em prol do desenvolvimento do país, em vários domínios.
Vítimas ainda não estão todas identificadas
Por sua vez, o director do Instituto Nacional de Aviação (INAV), João de Abreu, disse que trabalhos de investigação para apurar as causas do acidente e identificação dos corpos das vítimas estão numa fase bastante avançada.
Contudo, até esta segunda-feira (16), segundo o Major General James Tjivikua da Namíbia, haviam sido identificadas apenas sete das 33 vítimas deste acidente aéreo.
João de Abreu reafirmou, apesar dos resultados preliminares da investigação ainda não estarem concluídos, que falhas mecânicas ou electrónicas não figuram na lista das prováveis causas da tragédia.
Em nome de todas as famílias enlutadas, Arsénio Alberto, que também perdeu parentes em consequência do mesmo acidente, agradeceu ao povo moçambicano e o Governo pelo gesto solidário, porque sem eles as famílias enlutadas não conseguiriam superar a dor que os atormenta dia e noite, desde que receberam a triste notícia da perda de seus parentes.
Arsénio Alberto sublinhou que as famílias somente poderão ficar descansadas se conhecerem as causas do acidente aéreo e estarem ao lado dos seus ente-queridos, embora reconheçam os esforços empreendidos pelo Governo e pelas equipas de investigação para o efeito.
“Muitas famílias tinham um suporte financeiro (referia-se a meios de sobrevivência) a partir de seus parentes falecidos cujos filhos órfãos estão num futuro incerto e penoso, caso não sejam assistidos por quem de direito”, concluiu Arsénio Alberto.
O voo TM 470 das LAM despenhou quando fazia o trajecto Maputo – Luanda.