Testes clínicos com três tratamentos contra o Ébola vão começar a ser realizados em Dezembro, na Guiné-Conacri e na Libéria, em centros de saúde administrados pela organização Médico Sem Fronteiras, disse na quinta-feira o grupo.
Os testes feitos separadamente, envolvendo centenas de pacientes, são destinados a avaliar as drogas brincidofovir, da empresa norte-americana Chimerix, e favipiravir, da japonesa Fujifilm. Os testes vão verificar como o plasma do sangue retirado de sobreviventes do Ébola funciona na cura de pacientes infectados. Resultados preliminares podem estar disponíveis em Fevereiro de 2015, disse o MSF em comunicado.
Os estudos não usarão grupo placebo (que recebe substância inócua) e vão envolver somente pacientes com Ebola que concordaram em participar do experimento. Os pesquisadores vão monitorar os pacientes e coletar dados sobre a taxa de sobrevivência e outros efeitos. Os testes podem ser interrompidos se o tratamento mostrar benefícios ou danos claros.
Annick Antierens, um médico que coordena as parcerias investigativas com o MSF, afirmou que a cooperação envolvendo a condução dos testes não tem precedentes e “representa esperança para pacientes que finalmente recebem um tratamento real”.
A epidemia de Ebola na África Ocidental já infectou mais de 13.000 pessoas, a grande maioria na Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria, e matou cerca de 5.000 delas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os três testes serão liderados por equipes diferentes.
A Universidade de Oxford ficará encarregada pelo da Libéria e o holandês Instituto de Medicina Tropical da Antuérpia e o Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, da França, vão coordenar dois outros testes na Guiné-Conacri.