Os residentes do bairro Machava, no quilómetro 15, quarteirão um, no município da Matola, estão indignados com as estruturas do bairro por causa de um cemitério que outrora foi comunitário ter sido transformado em público, facto que não agrada os proprietários das residências contíguas.
No cemitério em causa, chamado Nkanyine, realizam-se, de há tempos para cá, vários enterros diários, o que na óptica das pessoas que se encontram nas imediações ameaça invadir as suas habitações devido ao alastramento das campas.
Carlos Zeca, que vive no bairro da Machava 15, há mais de cinco anos, contou ao @Verdade que as estruturas da zona e a edilidade não informaram aos moradores que o cemitério passaria de comunitário a público, ou seja, que qualquer pessoa de outros bairros poderia depositar nele os restos mortais do seu ente querido.
Outro problema que inquieta a população daquela área é a falta de vedação do terreno destinado a inumações, facto que gera desentendimento em relação ao espaço reservado a enterros e domicílios. Preocupa ainda a inexistência de capela e coveiros.
Jordão Pedro, um dos anciãos do bairro, narrou que o desacordo que existe em torno do cemitério resulta do redimensionamento da zona e, consequentemente, alargamento de algumas ruas. Nesse processo, alguns residentes aproveitaram ampliar os seus terrenos e construir habitações em espaços alheios, apesar de que sabiam de antemão que o cemitério abrangia os terrenos por eles ocupados.
Facto é que a nossa Reportagem constatou que Nkanyine é pequeno e uma parte extensa, supostamente reservada à realização de enterros, é a que está ocupada pelas casas.
Ana Gloria Calisto, ex-chefe adjunta de quarteirão um (destituída do cargo há um mês), explicou que a família que “detinha” o cemitério ofereceu-o ao município da Matola e este deixou-o sob a tutela do grupo dinamizador do bairro.
O chefe daquele quarteirão, identificado pelo nome de simões, não quis se pronunciar em torno do caso, tendo nos remetido ao grupo dinamizador. Este disse-nos, por intermédio de Carlos Alberto, que quando os moradores invadiram a área do cemitério foram aconselhados a erguerem habitações com base em material precário, pois a qualquer momento poderiam ser retirados.
Face à discórdia, grupo dinamizador pensar em recorrer ao Conselho Municipal da Cidade da Matola para desapossar aqueles que alegadamente ocupam o espaço reservado aos enterros.