As autoridades sanitárias moçambicanas estão motivadas com a tendência decrescente da malária no país. Com efeito, nos últimos três anos, esta doença tem vindo a reduzir tanto em relação ao número de óbitos quanto de casos de internamentos nas várias unidades sanitárias do país.
A revelação foi feita, terça-feira, em Maputo, por Nurbai Calú, directora do Programa Nacional da Malária do Ministério da Saúde (MISAU) à margem do encontro de revisão das diversas actividades que têm sido realizadas no âmbito do combate a doença no país.
Segundo Calú, o país teve durante muitos anos o gráfico de casos de malária em ascensão, porém nos últimos três anos, a contar a partir de 2007, a tendência começou a registar um comportamento diferente com os casos e óbitos a reduzirem.
“É normal irmos visitar uma unidade sanitária hoje e não encontrarmos nenhum doente internado com malária, enquanto antes tínhamos doentes no chão padecendo de malária”, explicou a directora.
Segundo ela, isto é graças ao impacto significativo das intervenções que estão a ser feitas no controlo da doença. A malária, doença endémica no país, é responsável por cerca de 40 por cento de todas as consultas externas nos diversos hospitais do país.
A este universo acresce cerca de 60 por cento de doentes internados nas enfermarias de pediatria, sofrendo de malária severa. “O que nós estamos a fazer é a revisão, de uma forma geral, do programa da malária para ver o que foi bem feito e o que não foi e as devidas razões, incluindo as lacunas que existem. No fim desta revisão serão produzidas as devidas recomendações”, disse Calú.
O Ministério da Saúde, segundo a fonte, está, neste momento, a produzir o Plano Estratégico 2011/15, o Plano de Monitoria e Avaliação que precisam de ser consubstanciados com o planificado.
O plano estratégico e o plano de monitoria devem, segundo a directora, estar em linha com as diversas estratégias da região e as diferentes orientações que existem para a área da malária como os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs), as Metas da Declaração de Abuja e todos os instrumentos que orientam os países para o controlo e combate a doença.
O recém iniciado período chuvoso tem sido bastante favorável a multiplicação do mosquito e, por conseguinte, a espécie responsável pela malária. Para remediar a situação, o MISAU está a intensificar as medidas de prevenção, tendo já iniciado com as campanhas de pulverização intra – domiciliária, cujos insecticidas usados têm um efeito residual longo.
Na altura em que chegar o período de pico da malária, segundo Calú, as residências pulverizadas estarão ainda protegidas. As autoridades sanitárias estão, por outro lado, a fazer a educação sanitária explicando as pessoas como é que se podem proteger da picada do mosquito assim como adoptar outras formas de prevenção.