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Carlos Gomes Júnior nega envolvimento na morte do deputado do PAIGC

O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, negou, Segunda-feira (30), na cidade da Praia (Cabo Verde), as acusações que lhe são feitas pelo Governo de Transição bissau-guineense de ser mandante do alegado assassínio de Roberto Cacheu, antigo ministro e deputado do PAIGC, apurou a PANA na capital cabo-verdiana.

Gomes Júnior disse aos jornalistas nada ter a ver com o assunto e que os acusadores devem apresentar provas.

“A Guiné-Bissau é um Estado de Direito, temos instâncias próprias, que são o Ministério Público e o Ministério da Justiça, para inquirir. O Governo de Transição não me diz nada, é uma meia dúzia de oportunistas que assaltaram o poder e eu, como primeiro-ministro legítimo e como presidente do PAIGC (no poder) aguardo com serenidade. Que apresentem provas”, sublinhou.

Já num encontro realizado, Domingo (29), com a comunidade guineense residente na cidade da Praia, Carlos Gomes Júnior quis também deixar bem claro que não foi ele quem mandou “bombardear” a casa de Roberto Ferreira Cacheu, em Dezembro de 2011.

Este ataque seguiu-se a uma alegada tentativa abortada de golpe de Estado, em que o deputado do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde) era apontado como um dos cabecilhas.

“Por isso mesmo escrevi, na semana passada, uma carta ao Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, na qual solicito ao Conselho de Segurança a constituição de um Tribunal Internacional para a Guiné-Bissau para o julgamento de todos os crimes de sangue cometidos nos últimos anos no país de 2000 a 2012”, anunciou o também presidente do PAIGC.

“Quero que todos os responsáveis sejam julgados e condenados. Se (eu) tiver mãos sujas que seja julgado e condenado”, declarou Carlos Gomes Júnior que participa, na Praia, numa reunião do Comité África da Internacional Socialista.

O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau garantiu aos seus compatriotas na Praia que não pretende continuar a fazer política a partir do exterior, mas sim dentro do território guineense, deixando a entender que regressará muito brevemente à Guiné-Bissau.

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