Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Capriles diz que vai concluir obras e Chávez promete melhor governo

O candidato oposicionista à presidência da Venezuela, Henrique Capriles, disse, esta Terça-feira (2), que vai terminar as obras de infraestrutura não concluídas pelo governo após 14 anos de revolução socialista, enquanto que o presidente Hugo Chávez prometeu que será “um presidente melhor” se for reeleito, Domingo.

Os dois candidatos tentam conquistar a preferência de centenas de milhares de indecisos a cinco dias das eleições que parecem ser as mais acirradas que Chávez enfrenta desde a sua primeira eleição, em 1998.

Em tom desafiador, Capriles disse num discurso no Estado de Mérida que irá priorizar nas suas primeiras acções a conclusão de usinas eléctricas, estradas, hospitais e obras turísticas.

“Quem vai acreditar que depois de 14 anos o que não foi feito será feito agora?”, disse o candidato, explorando uma das maiores queixas do eleitorado venezuelano: as frequentes falhas nos serviços públicos, especialmente no interior.

As pesquisas indicam favoritismo de Chávez, Domingo, mas Capriles vem crescendo. Governador de 40 anos, ele evitava até agora a fazer promessas específicas, e o seu plano de governo baseia-se principalmente em questões de segurança pública e emprego.

Já o governo apressa-se em concluir algumas obras antes da data das eleições. Na semana passada, Chávez comandou o lançamento de um novo satélite, a incorporação de mais vagões ao comboio de Caracas e a inauguração de um teleférico num bairro da capital, no que disse ser a “ofensiva final” da sua campanha.

Se for reeleito para mais seis anos, Chávez poderá chegar a duas décadas de poder. Ele continua a ser muito popular por causa do seu carisma e dos programas sociais financiados pelos dividendos do petróleo.

Mas a oposição alega que vários desses programas são ineficientes, e insiste que faltam investimentos a sectores estratégicos, como o energético, o que teria levado o país a um racionamento eléctrico em 2010.

Embora a escassez mais aguda tenha passado, apagões continuam a ser comuns no interior, e a inauguração de usinas prometidas já foi adiada.

“Melhor presidente”

O loquaz presidente, de 58 anos, tem adoptado um tom emocional nos seus últimos discursos, pedindo ao eleitorado uma nova chance para aprofundar a sua “revolução socialista”, e admitindo que cometeu erros.

Esta Terça-feira (2), Chávez prossegue numa longa viagem baptizada de “a ofensiva final” que começou em Barinas, sua cidade natal, e termina, Quinta-feira, em Caracas com um enorme comício, percorrendo mais de 500 quilómetros por terra e ar.

Diante de uma onda de gente vestida de vermelho, Chávez fez um animado discurso no Estado de Yaracuy, no oeste do país. “Não só não irei falhar convosco, como vou ser melhor presidente para ajudar a solucionar até os menores problemas que atingem o povo”, disse Chávez.

A linha dos dois discursos proferidos pelo presidente, esta Terça-feira, incluiu uma constante advertência de todos os benefícios que a população perderia se a oposição vencesse as eleições.

“Seria um verdadeiro desastre (se o Capriles vencer) porque a proposta burguesa é voltar atrás, que a Venezuela dê um salto para 20 anos atrás em direcção ao neoliberalismo donde temos saído”, disse.

As pessoas mobilizaram-se desde muito cedo para esperar o mandatário que, nas últimas semanas, mostrou-se mais activo, deixando no passado a sua recuperação de um cancro.

“Vim pedir ao comandante que nos ajude a levar os nossos produtos ao Mercosul. Ele pode fazer isso”, disse o agricultor Honório Linares, 70 anos, que esperava a chegada de Chávez a Yaritagua, uma das cidades atendidas por um novo comboio que irá unir as planícies venezuelanas ao centro do país.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts