O candidato da oposição na Venezuela, Henrique Capriles, criticou duramente o presidente socialista Hugo Chávez por tratar um cancro em Cuba, em vez de confiar nos médicos do seu país.
Segundo ele, isso envia uma mensagem terrível aos venezuelanos comuns. Capriles, no geral, tem procurado evitar as especulações sobre a condição do presidente, preferindo apenas desejar-lhe uma rápida recuperação à tempo para as eleições de 7 de Outubro.
Aparentemente, serão as eleições mais disputadas de Chávez nos seus 13 anos de governo. Apesar disso, nos seus comentários mais duros já feitos até hoje, o candidato da coligação da oposição Unidade Democrática disse à Reuters, esta semana, que a decisão de Chávez de submeter-se às cirurgias em Cuba, duas nos meados de 2011 e outra no mês passado, e de governar a partir de Havana durante a sua convalescença está errada.
“Ele diz que precisa ser operado no exterior porque não há condições de ele ser tratado no próprio país. O que isso significa para os cidadãos comuns que tiverem cancro?”, disse Capriles numa entrevista a bordo do seu autocarro de campanha no Estado de Zulia, no oeste do país.
“Essa é uma mensagem extremamente negativa.” Além de confiar no serviço de saúde de Cuba, Chávez escolheu fazer o tratamento em Havana por razão da sua estreita amizade com o ex-presidente Fidel Castro e da garantia maior de privacidade na ilha caribenha.
“Se eu estivesse no lugar dele, ficaria na Venezuela. Eu não governaria a partir doutro país”, disse Capriles, durante a viagem de campanha na qual busca obter apoio nas áreas pró-Chávez.
Cheio de energia aos 39 anos, Capriles, que é governador, diz que quer substituir o socialismo radical de Chávez por um governo de “esquerda moderna” aos moldes do brasileiro, mantendo o melhor das políticas de bem-estar social de Chávez, mas mantendo uma economia de livre mercado.
O candidato planeia realizar algumas visitas internacionais, incluindo Brasil, Colômbia e Europa.
Um eventual governo de Capriles esfriaria os laços da Venezuela com Cuba, Irão e Belarus, e provavelmente melhoraria as relações do país com o arqui-inimigo de Chávez, os Estados Unidos.