O capitão do navio Costa Concordia, Francesco Schettino, depôs, Quinta-feira (18), numa audiência preliminar do processo no qual é réu, e recusou-se a aceitar a culpa isolada pelo naufrágio que matou 32 pessoas, este ano.
Schettino é acusado de negligência, homicídio culposo e de abandonar o barco antes de ser concluída a retirada dos mais de 4.000 passageiros e tripulantes. Ele admitiu ter cometido muitos erros, mas diz que não foi o único culpado.
“Estamos a tentar descobrir exactamente o que aconteceu”, disse o seu advogado, Francesco Pepe, a jornalistas durante um intervalo na sessão a portas fechadas, na localidade italiana de Grossetto.
“Mas, de qualquer forma, o mais importante é que todos assumirão a sua parcela de responsabilidade nesse incidente.” Marco de Luca, advogado da empresa proprietária do navio, a Costa Cruzeiros, disse que Schettino apresentou os seus argumentos “com determinação” aos peritos presentes no tribunal.
“Para mim, ele parecia combativo, assim como a sua equipe de defesa, como deveriam estar”, afirmou De Luca a jornalistas. Os promotores dizem que Schettino causou o acidente por aproximar-se demais com o navio das pedras em torno da ilha de Giglio, na costa toscana, a 13 de Janeiro.
Schettino alega que evitou uma tragédia maior ao manobrar a embarcação para águas mais rasas. Ele também disse que a companhia sabia da prática de chegar com o navio perto da costa para “saudar” os moradores e autoridades em terra, algo que a Costa Cruzeiros nega.