O governo interino da Guiné-Conacri vai reunir-se com os candidatos rivais às presidenciais para decidir se a campanha para a segunda ronda das eleições poderá ser retomada. Após os confrontos que provocaram dois mortos e dezenas de feridos na capital durante o fim-de-semana, o governo de Conacri decidiu suspender os comícios para as eleições presidenciais.
De acordo com um ministro, a segunda volta das eleições entre o antigo primeiro-ministro, Cellou Dalein Diallo, e o líder veterano da oposição, Alpha Condé, poderá seguir por diante.
Mas, segundo os correspondentes da BBC, os confrontos podem pôr em causa a votação, prevista para domingo próximo.
A violência na capital, Conacri, estalou após a decisão, na sexta-feira, de um tribunal em condenar o presidente e do director de planificação da Comissão Nacional de Eleições, considerados culpados de fraude na primeira volta das eleições, realizada em Junho.
Estas são as primeiras eleições democráticas na Guiné-Conacri, desde a independência de França em 1958.
O líder militar da Guiné-Conacri, o general Sekouba Konate, já cancelou a sua viagem ao Líbano para tentar pôr cobro às tensões crescentes no país.
As autoridades anunciaram que ninguém que participe em protestos será detido.
Munições reais foram usadas durante os confrontos do fim-de-semana, que levaram à morte de duas pessoas e feriram 50.
Os partidos de ambos os candidatos têm trocado acusações de incitação à violência.
Segundo o correspondente para a África Ocidental, Thomas Fessy, os políticos têm apelado à calma, mas as tensões entre os dois maiores grupos étnicos rivais do país – os Peul e os Malinke – continuam a aumentar.
Cellou Dalein Diallo, que é da etnia Peul, é visto como o favorito à presidência após ter reunido 44% dos votos durante a primeira ronda contra os 18% conquistados por Alpha Conde, de etnia Malinke.
