Os melhores ventos sopraram do Norte
Quem quiser sentir o pulsar e a vitalidade do Moçambola, tem que se deslocar ao Centro e Norte do País, pois a prova aquece mais por lá. Por vezes até há excessos em certas ocasiões, exteriorizando- se conflitos tribais, do tipo “não queremos cá os machanganas”, etc. Mas o lado positivo é marcante.
Na Beira costumam a ouvir-se claques organizadas (que saudades do Têxtil), com batuques e cornetas, em Nampula a vibração é enorme, idem em Nacala, e por aí fora.
Maputo, como enorme metrópole que é, raramente
prima pelas enchentes, mas as claques que se começam a organizar, com os “empurrões” de certas empresas que apostam na prova, têm produzido um colorido de verdadeira festa.
Partidas como o Ferroviário- Desportivo do fecho da edição 2009, são, sem sombra de dúvidas, uma óptima propaganda para a maior prova futebolística nacional.
Os campeões também choram
Quando Ainad, ao minuto noventa, levou o apito à boca para o derradeiro final do jogo, vinte mil pessoas viram e aplaudiram quando Chiquinho Conde, saltou de braços erguidos e galgando a linha lateral, invadiu o relvado para abraçar e ser abraçado. Chiquinho Conde, este homem que o Chiveve viu nascer, nunca na sua carreira desportiva vivera momento igual.
Fez história em Alvalade, ao serviço do Sporting e deixou saudades na capital do Sado, a cidade do Rio Azul, quando vestiu a camisola listada do Vitória de Setúbal. O momento era, por isso de euforia. Bastava-lhe um simples empate para, pela primeira vez na sua carreira se sagrar campeão.
Para trás, ficaram as suas prestações dadas ao Maxaquene e ao Desportivo, equipa rival com quem disputara ali o título máximo do futebol moçambicano. Por isso entrou no campo, saltando, abraçando tudo e todos.
Depois, quando ele próprio se tornou alvo de todas as atenções e sentiu o calor que lhe era dispensado, Chiquinho Conde, então rodeado pela juventude do clube que servia, ajoelhou-se naquele relvado da vitória … e chorou. Afinal, os campeões também choram.