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Cabo-verdianos cada vez mais satisfeitos com a democracia no seu país

Os Cabo-verdianos estão cada vez mais satisfeitos com o regime democrático que vigora no seu país desde 1991, quando foram realizadas as primeiras eleições multipartidárias, apurou a PANA, Sexta-feira, na cidade da Praia, de fonte segura.

Os resultados do quarto Inquérito sobre a Democracia apresentados pela Afro-barómetro, parceira cabo-verdiana do Afro-barómetro, indicam que oito Cabo-verdianos em cada 10 preferem a democracia a qualquer outra forma de Governo, o que representa um aumento de 15 porcento, comparativamente ao ano 2002, altura em que foi realizado o primeiro estudo sobre este tema.

O estudo analisou também o nível de democracia existente em Cabo Verde, tendo os resultados atestado que os Cabo-verdianos entendem que o país tem uma democracia ainda com pequenos problemas, mas que caminha rumo à consolidação.

De acordo com o director-geral da Afro-sondagem, José Semedo, 48 porcento dos inquiridos consideram que “temos uma democracia com pequenos problemas” contra 15 porcento que entendem que “somos uma democracia completa”, e apenas um terço considera que “temos uma democracia com grandes problemas”.

“Ao período do partido único (1975-1991) concedem a nota três. Esse valor duplica-se na avaliação dos 10 primeiros anos de eleições livres e multipardárias realizadas em Cabo Verde, ou seja passa de três para seis pontos em 2001, para sete pontos em 2011 e perspectiva-se que poderá alcançar a nota 10 (máxima pontuação)”, referiu.

No entanto, os dados dos inquéritos mostram que os Cabo-verdianos têm ainda uma fraca participação nas associações da sociedade civil.

Segundo o director-geral da Afro-sondagem, mais da metade dos Cabo-verdianos não participam nas actividades de qualquer associação da sociedade civil e que o que é mais notável ainda é a sua fraca disponibilidade para participar numa marcha de protesto.

De acordo com o inquérito, os Cabo-verdianos continuam a demonstrar maior confiança nos órgãos não eleitos, comparativamente aos eleitos.

As Forças Armadas surgem na primeira posição enquanto a instituição de maior confiança com 71 porcento de aprovação, seguidos pelos tribunais com 69 porcento, indica o documento.

Na terceira posição aparece o Presidente da República com 66 porcento de confiança, um aumento de 21 pontos percentuais, comparativamente a 2008 (ano do anterior inquérito), seguido pelo primeiro-ministro com 60 porcento, um aumento de 15 pontos percentuais, relativamente ao período em referência.

Já os vereadores das câmaras municipais surgem como entidades eleitas merecedoras de menor confiança dos Cabo-verdianos, por serem consideradas como entidades mais corruptas de Cabo Verde, ultrapassados neste inquérito apenas pela Polícia, de acordo com o documento.

“Doze porcento dos inquiridos acreditam que os eleitos para a vereação camarária são corruptos. Só a Polícia tem uma imagem menos boa nesta matéria. As duas entidades são apontadas como promotores da corrupção para 17 porcento dos entrevistados”, lê-se no documento.

A maioria dos Cabo-verdianos atribui uma nota positiva ao Governo nas áreas de cariz mais social, como a educação (73 porcento), o melhoramento das condições básicas de saúde (63 porcento), o combate ao HIV/Sida (81 porcento) e o empoderamento das mulheres (63 porcento), bem como a nível das infraestruturas (81 porcento) e na direcção global da economia (52 porcento).

No entanto, o Executivo recebe uma nota negativa em termos de criação de empregos (69 porcento), de manutenção da estabilidade dos preços (67 porcento), de redução das desigualdades sociais (65 porcento), de fornecimento de electricidade (65 porcento) e de redução da taxa de criminalidade (55 porcento).

Estas áreas são apontadas pelos Cabo-verdianos como sendo os principais problemas do país, com realce para o desemprego assinalado por 62 porcento dos inquiridos, de acordo com o estudo.

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