Cabo Verde está a negociar com alguns países europeus a quota de poluição a que tem direito no quadro da convenção do clima. A revelação é assumida pelo director-geral do Ambiente, Moisés Borges, para quem os recursos a mobilizar serão aplicados, por exemplo, nas energias renováveis.
Cabo Verde pretende aproveitar o facto de ser país pouco poluidor para vender a sua quota de poluição, o chamado negócio do carbono, que envolve largos milhões de euros nos tempos que correm. Segundo o director-geral do Ambiente de Cabo Verde, Portugal, Áustria e Alemanha manifestaram já interesse em adquirir parte da quota deste arquipélago.
Energias renováveis
Com os recursos a mobilizar, as autoridades cabo-verdianas dizem pretender desenvolver sectores como o das energias renováveis. Actualmente estão em construção importantes parques eólicos e solares em ilhas como Santiago, São Vicente, Boa Vista e Sal. Cabo Verde prepara de resto a sua segunda comunicação relativa a mudanças climáticas a apresentar às Nações Unidas.
Esse documento inclui o inventário dos gases de efeito de estufa existente neste arquipélago, bem como as medidas que pretende tomar para conter ou atenuar os referidos efeitos. Até porque, situadas na zona do Sahel, com longos períodos de seca, as ilhas que formam este arquipélago não estão imunes ao problema do aquecimento global, conforme advertiu a presidente do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica de Cabo Verde, Ester de Brito.