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Burocracia impede celeridade no pagamento de pensões em Báruè

A burocracia excessiva instalada na repartição do Ministério dos Combatentes no distrito de Báruè, na Província de Manica, está a inviabilizar a tramitação célere de expedientes com vista ao pagamento de pensões e subsídio a um grupo de ex-guerrilheiras que participou da Luta de Libertação Nacional.

O referido grupo reside na localidade de Nhabuto, no Posto Administrativo de Chôa, naquele distrito. Como consequência dessa letargia, as ex-combatentes, que participaram da guerra colonial, declararam que não mais confiam no Governo.

Segundo as declarações prestadas à Rádio Catandica, há décadas que fazem gincanas no sentido de regularizar a fixação das suas pensões e subsídios, mas a burocracia impede a celeridade dos processos.

Calista Neva entrou na tropa em 1972. Perdeu a conta das vezes que submeteu documentos pedindo a sua pensão e foram devolvidos sob alegação de que devia remeter via líder comunitário da sua área de jurisdição. “Já não tenho esperança”.

Laura Puraze é uma outra combatente da Luta de Libertação Nacional. Na altura foi chefe de secção. Diferentemente da Calista Neva, ela recebe a pensão mas o valor é muito pouco. “Sou deficiente devido à guerra colonial”.

Estas preocupações foram apresentadas na semanada passada durante a homenagem dos combatentes que pereceram na Base do Comandante Luís Malcriado, na localidade de Nhabuto.

Laura Puraze tem sete filhos. Todos deviam estar a frequentar escola mas nenhum deles o faz porque não existe dinheiro. Ela apela ao Governo para que resolva os problemas de que ela e outras combatentes se queixam antes que morram sem beneficiar desse direito que lhes assiste.

Elisabeth Filimone faz parte do grupo de combatentes que ainda requereu a fixação da pensão por causa da morosidade na tramitação de processos. “Lutamos e libertamos o país e não estamos a beneficiar de nada”. Lúcia Nhamudzadze considerou que a lentidão com que é tratada a questão das pensões parece não ter solução.

O Secretario Distrital dos Combatentes no Distrito de Báruè, Lucas Sairrose, reconheceu os problemas apresentados pelas ex-guerrilheiras. Justifica que em parte devem-se à não junção da documentação completa, a ser tratada.

Sairosse apelou às combatentes ainda sem pensões a seguirem as instruções dadas pelo governo do distrito de Báruè em relação à forma como os documentos devem ser tramitados.

Refira-se que a Base do Comandante Luís Malcriado foi criada a 25 de Junho de 1972 e era composta por 150 soldados, dos quais quatro soldados morreram num ataque dos portugueses. Um morreu por causa de frio, enquanto Luís Malcriado morreu depois de ter adoecido.

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