Os britânicos foram às urnas nesta quinta-feira na eleição mais acirrada em décadas, um pleito que poderá causar um impasse na formação do governo, deixar a quinta maior economia do mundo mais perto de se desvincular da União Europeia e motivar uma segunda tentativa da Escócia de tornar-se independente.
As pesquisas de opinião finais mostraram o Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron, e o oposicionista Partido Trabalhista, de Ed Miliband, quase empatados, e indicaram que nenhum dos dois grandes partidos tradicionais do país vai eleger representantes suficientes para uma maioria absoluta no Parlamento, de 650 assentos.
“Esta disputa vai ser a mais apertada que já vi”, disse Miliband a simpatizantes em Pendle, norte da Inglaterra, na véspera da votação.
Cameron, por sua vez, afirmou que apenas os conservadores poderiam fazer um governo forte e estável: “Todas as outras opções terminarão em caos.”
Os conservadores se apresentam como o partido de empregos e da recuperação económica, prometendo reduzir o imposto sobre os rendimentos para 30 milhões de pessoas, ao mesmo tempo em que levarão adiante novos cortes de gastos para eliminar um déficit orçamentário ainda à beira dos 5 por cento do PIB.
Os trabalhistas dizem que vão cortar o déficit a cada ano, elevar o imposto sobre os rendimentos dos 1 por cento dos britânicos de maior rendimento e defender os interesses das famílias da classe trabalhadora que estão em situação difícil.
Se nenhum partido conseguir a maioria absoluta, na sexta-feira começarão as negociações com os partidos menores numa corrida para fechar acordos.
Isso poderia levar a uma coligação formal, como a que Cameron manteve nos últimos cinco anos com o partido centrista dos Liberal-Democratas, ou poderia produzir um frágil governo de minoria que teria de fazer concessões para garantir os votos necessários nas votações cruciais no Parlamento.
