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Brasil partilha técnicas de biocombustíveis com Moçambique

Técnicos brasileiros da área de produção de biocombustíveis encontram-se em Maputo com o objectivo de partilhar suas experiências sobre zoneamento agroecológico nessa área com os seus pares moçambicanos. Daniel Fonseca, do Departamento de Energia no Ministério brasileiro das Relações Exteriores, considera o zoneamento agroecológico como um instrumento de políticas públicas importante para a produção sustentável de biocombustíveis.

“O zoneamento agroecológico permite identificar as regiões com maior aptidão para a produção da cana-de-açúcar, a exclusão de biomas sensíveis (florestas e reservas naturais), de terras muito íngremes, de áreas onde não se faça a produção de alimentos, de locais onde não haja necessidade de corte manual”, disse.

Fonseca, que falava, em Maputo, num seminário sobre a matéria, disse que todas essas medidas visam produzir biocombustiveis de forma sustentável, evitando actos de desflorestação e sem prejudicar a produção de comida. No evento, representantes da Direcção Nacional de Energias Novas e Renováveis apresentaram a politica e estratégia de Moçambique de biocombustiveis, que também possui a componente de promoção da segurança alimentar e nutricional.

Esta política moçambicana possui também uma componente sobre o zoneamento agroecológico, que está sob responsabilidade de uma comissão interinstitucional, liderada pelo Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM). Contudo, Calisto Bias, director do IIAM, disse à AIM que a actividade de zoneamento agroecológico em Moçambique ainda se encontra numa fase embrionária, não havendo muitos aspectos sobre os quais se pode falar.

O trabalho foi feito, numa primeira fase, mas de uma forma muito ampla, havendo agora a necessidade de reduzir a escala de zoneamento. Entretanto, técnicos moçambicanos consideram o zoneamento agroecológico como a principal fase para levar a cabo qualquer politica agrária, particularmente de produção de biocombustíveis, pois, dentre várias vantagens, esta reduzem o número de casos de conflitos de terra.

Em Moçambique já existem alguns projectos de produção de biocombustiveis, estando em curso nas províncias de Gaza (Sul do país), Manica e Sofala (no Centro). A AIM perguntou ao técnico brasileiro se não era arriscado levar a cabo projectos de produção de biocombustiveis antes de elaborar o zoneamento agroecológico. “Não tem riscos nenhuns porque são produções muito pequenas… são uma espécie de projectos pilito”, disse. “Além disso”, fiquei a saber agora que Moçambique já está realizando um estudo de zoneamento ecológico”, acrescentou.

A realização deste seminário em Moçambique faz parte de uma estratégia brasileira de disseminar e partilhar as suas experiência na área de produção de biocombustiveis com outros países em desenvolvimento. Brasil tem uma história de sucesso nesta área, sendo agora o maior produtor de etanol.

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