Uma bomba explodiu, este sábado (26), perto de uma academia da polícia do Cairo, disseram as fontes de segurança, um dia depois duma onda de ataques ter alimentado temores de que a insurgência islâmica está a ganhar força no país.
Um grupo inspirado na Al Qaeda e sediado na Península do Sinai reivindicou a responsabilidade pelos ataques da sexta-feira, que mataram seis pessoas, afirmou a organização de monitoramento SITE.
Ninguém ficou ferido na explosão ocorrida, este sábado, afirmou o Ministério do Interior, mas as autoridades esperam mais actos de violência enquanto movimentos políticos rivais juntam-se para lembrar o terceiro aniversário da revolta que derrubou o presidente autocrata Hosni Mubarak.
Militantes islâmicos sediados na Península do Sinai elevaram a quantidade de ataques desde a derrubada pelo Exército do presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, em Julho. Centenas de membros das forças de segurança foram mortos desde então.
O grupo militante Ansar Bayt al-Maqdis (Defensores de Jerusalém) reivindicou pela Internet a responsabilidade pelos ataques, incluindo um carro-bomba num complexo de segurança no centro do Cairo, afirmou o SITE, que tem sede nos Estados Unidos. A mensagem pediu para que os muçulmanos fiquem longe “das sedes dos inimigos e de centros de segurança”.
No ano passado, o Ansar Bayt al-Maqdis assumiu a autoria de uma tentativa de assassinato do ministro do Interior. O governo, apoiado pelos militares e com a ajuda da imprensa estatal e privada, acusa a Irmandade Muçulmana de realizar ataques terroristas.
As autoridades elevaram a segurança no Cairo, prevendo mais problemas enquanto as facções políticas rivais planeiam juntar-se para comemorar a queda de Mubarak. A polícia e o Exército estão em estado de alerta, e helicópteros sobrevoaram um centro do Cairo praticamente vazio na manhã deste sábado.
Mohamed Saleh, um motorista de taxi de 63 anos, afirmou que planeia lembrar a revolta de 2011 indo à Praça Tahrir, o coração da revolta, mas o local estava fechado por veículos blindados na manhã deste sábado.
“Essa foi uma revolta completamente popular, do povo”, afirmou Saleh, lembrando dos 18 históricos dias que levaram à queda de Mubarak. “Foi um movimento protegido pelo Exército”, acrescentou. Os conflitos na capital e noutras cidades na sexta-feira, entre partidários de Mursi e forças de segurança, mataram 14 pessoas, noutro sinal do aumento das tensões no maior país árabe do mundo.