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Bo, o ‘primeiro-cão’ de Obama, pertence a uma raça de passado glorioso

Reclusos da “BO” em greve de fome há três dias

O cachorrinho Bo, escolhido pela família Obama para ocupar o posto de ‘primeiro-cão’, o bichinho de estimação da Casa Branca, é da raça conhecida como cão d’água português, que possui um passado glorioso, associado à aventura das grandes descobertas marítimas do Renascimento ou embarcado (para seu azar) na chamada Armada Invencível, antes de ser ameaçado de extinção.

“Há mais de 500 anos esses cães participam de grandes momentos da humanidade!”, empolga-se Hugo Oliveira da Associação para a Proteção dos Cães d’água, curiosamente surpreso com o retorno da popularidade desta raça antiga, digna, segundo ele, de um livro inteiro.

Cão de tamanho médio, de 50 centímetros e 25 quilos, o novo mascote da presidência americana pode ser preto, castanho ou branco, e ter dois tipos de pelos, ondulado ou crespo. Recuperado, segundo especialistas, vários séculos antes de Cristo na península ibérica pelos romanos que o descreveram como um “canis piscator” (cão pescador), o cão português tem aptidões marítimas graças a uma membrana da pele situada entre os dedos das patas.

Capaz de mergulhar a vários metros de profundidade, ele também pode nadar entre os navios durante muito tempo, o que fez dele desde o século XV o companheiro fiel dos grandes navegadores portugueses e mensageiro ideal da frota do Império. Em 1588, quando a Armada Invencível de Filipe II, então rei da Espanha e de Portugal, foi destruída pela marinha inglesa, a metade dos navios ibéricos tinha a bordo cães d´água portugueses.

Longe da ostentação e dos infortúnios do império, nas costas de Algarve, no sul de Portugal, o “canil algarborium” sempre foi um aliado precioso dos pescadores locais, para recuperar peixes ou redes perdidas, detectar a presença de tubarões ou ainda vigiar os barcos em terra.

Com o declínio da pesca tradicional, os cães d’água ficaram desempregados no início do século XX e seu número começou a diminuir até adquirir no fim dos anos 70 o título de “cão mais raro do mundo” no livro dos recordes Guinness, lembrou recentemente a imprensa portuguesa.

Desde então, a raça foi relançada por fãs no sul de Portugal e também nos Estados Unidos, onde é usado principalmente em razão de sua doçura e de sua extrema obediência nos programas terapêuticos para crianças.

Outra vantagem deste cão, decisiva para o presidente americano: ele não provoca as alergias comumente atribuídas aos pelos dos cachorros, um problema do qual sofre Malia, a filha mais velha de Obama.

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