A blogueira cubana Yoani Sánchez denunciou na passada terça-feira que não consegue enviar mensagens NA sua conta no Twitter desde sexta-feira e pediu ao microblog que esclareça o sucedido para determinar se o governo de Cuba está por trás do bloqueio do acesso. Com a ajuda de um amigo que tinha acesso à internet, a premiada blogueira conseguiu twittar a seguinte mensagem: “#twitter deve esclarecer se o seu serviço nos censurou a publicação de tweets por sms ou se foi o governo de #Cuba que nos bloqueou”.
“Ficámos sem voz no mundo dos 140 caracteres”, disse Sánchez em entrevista telefónica, de Havana. “O governo cubano não tinha encontrado a maneira de bloquear a possibilidade de enviar mensagens ao Twitter através de um telefone celular. Não sabemos se isso foi obra do governo cubano” ou se é um problema técnico que envolve o Twitter, ressaltou Sánchez.
Para ela, o Twitter tornou-se uma espécie de “canal informativo” pelo qual os cubanos podem “enviar notícias, opiniões e informações ao mundo, e infelizmente parece que houve um bloqueio”. Se for comprovado que houve “censura”, continuou a blogueira, “infelizmente irá perder-se um caminho de expressão cidadã para os cubanos”.
Sánchez disse que outro blogueiro que conseguiu acesso à internet num hotel entrou em contacto com os responsáveis do Twitter, mas “não recebeu resposta”. Ela assinalou que se inteirou da sua situação quando vários dos seus seguidores lhe disseram que, desde sexta-feira, não recebiam as suas mensagens através do serviço sms, aparentemente o único meio pelo qual os cubanos, munidos de um telefone celular, conseguem twittar.
Tomás Bilbao, diretor-executivo do grupo Cuba Study Group, disse que entrou em contacto com o Departamento de Estado e com o Twitter para que se investigue o que aconteceu com a conta de Sánchez e de outros blogueiros. O aumento no número de blogueiros que usam o Twitter possivelmente atraiu a atenção das autoridades cubanas, indicou Bilbao. “Se for comprovado que o governo cubano conseguiu bloquear o acesso ao Twitter através do serviço sms, isso seria surpreendente, já que no caso iraniano o governo não conseguiu bloqueá-lo”, destacou Bilbao.
Bilbao referiu-se à chamada “revolução Twitter” no Irão, onde uma vibrante comunidade de blogueiros recorreu ao microblog para denunciar abusos do regime de Teerão, apesar dos esforços do governo para usar filtros que bloqueiem alguns conteúdos de internet.
Os administradores da rede social não se manifestaram sobre o caso de Sánchez até o momento.
