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Bloco africano discute sanções ao Mali e os rebeldes avançam

Os líderes da África Ocidental vão decidir, esta Segunda-feira, se imporão sanções ao Mali, depois de os militares golpistas do país anunciarem que vão devolver o poder aos civis a fim de evitar o isolamento diplomático e económico.

Um prazo de 72 horas dado pelo bloco regional Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para que os soldados comecem a voltar aos quartéis expirou durante a noite, enquanto os rebeldes separatistas do norte diziam ter completado uma ofensiva-relâmpago no sul, tomando três capitais regionais em três dias, diante do recuo das unidades militares.

Remi Ajibewa, director de assuntos políticos do bloco, acusou o chefe da junta militar, capitão Amadou Sanogo, de tentar “ganhar o tempo” com as promessas de restaurar a Constituição e todas as instituições estatais antes de convocar as eleições.

Ele disse, porém, que uma decisão sobre as sanções só seria tomada numa cúpula marcada para Segunda-feira no Senegal, aproveitando a posse do novo presidente desse país, Macky Sall.

“Excepto por anunciar a restauração da Constituição de 1992, eles não estabeleceram nenhum cronograma para transferir o poder a um governo democraticamente eleito no Mali”, acrescentou.

O golpe do mês passado, semanas antes de o presidente Amadou Toumani Touré afastar-se para disputar um novo mandato, estilhaçou a reputação internacional de estabilidade e democracia com que o país, terceiro maior produtor de ouro da África, era visto anteriormente.

A ofensiva dos rebeldes, engrossada por combatentes retornados da guerra civil na Líbia, também agravou a insegurança na faixa do Saara-Sahel, já assolada por militantes islâmicos, traficantes e bandidos comuns.

A França e a Grã-Bretanha aconselharam os seus cidadãos a deixarem o Mali por causa da insegurança. O bloco regional ameaça fechar as fronteiras comerciais do Mali, isolar diplomaticamente o país e congelar as verbas do Banco Central regional.

Até a manhã desta Segunda-feira, no entanto, não havia sinal de que os golpistas estavam a implementar as medidas prometidas.

O líder golpista, Sanogo, diz que o movimento foi uma reacção à má actuação de Touré frente à rebelião separatista do norte, uma vez que os soldados nas áreas remotas carecem de equipamentos, munição e alimentos para enfrentar os rebeldes.

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