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BIRD e FMI responsáveis pela pobreza e desemprego na África Austral

O fosso entre os ricos e os pobres aumentou na África Austral como resultado de políticas neo-liberais impostas aos países da região pelo Banco Mundial (BIRD) e Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo denunciam os sindicatos locais em livro intitulado Alternativas ao Neo-Liberalismo, apresentado formalmente em público esta segunda-feira, em Maputo.

O livro traça um quadro negro dos resultados alcançados pelos países da região na implementação da estratégia de redução da pobreza imposta por aquelas duas instituições internacionais, destacando que mais de 60% da população da África Austral não tem acesso à água potável e energia, e que a distribuição de recursos e rendimentos é “altamente deficiente”, para além dos níveis de desigualdade do rendimento estarem entre os mais elevados do mundo.

Salienta ainda o livro que a adopção de políticas neoliberais por parte dos estados da região trouxe consequências económicas e sociais “negativas” e que as privatizações, liberalização total da actividade económica e a limitação da intervenção do Estado na economia impostas pelo BIRD e FMI levaram “a maioria dos cidadãos a viver no limiar da pobreza e outros na pobreza absoluta”.

Para inversão do cenário, Austin Mureko, secretário do Conselho de Coordenação do Sindicato da África Austral (SATUCC), convidou o movimento sindical da região a se envolver na busca de “alternativas possíveis” para a humanização de políticas económicas.

Elites africanas

Por seu turno, Alexandre Munguambe, secretário-geral da central sindical, Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM-CS), disse que as mesmas políticas levaram milhares de moçambicanos ao desemprego devido às privatizações de empresas.

O referido livro do SATUCC destaca, entretanto, que, depois das independências políticas dos países da região, os interesses do capital externo e as elites africanas começaram a moldar a África para passar a servir os seus interesses, enquanto os regimes repressivos abafavam o início de uma democracia participativa no continente e na África Austral, em particular.

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