Membros das forças especiais americanas que mataram o terrorista saudita Osama bin Laden encontraram na casa em que ele vivia na cidade de Abbottabad, no Paquistão, uma “extensa coleção de pornografia”, disseram ontem membros do governo americano.
De acordo com as fontes, não está claro se o líder da Al-Qaeda adquiriu ou assistia aos vídeos. O complexo onde o saudita escondia-se não tinha internet nem telefone fixo. Um vídeo divulgado pelo governo americano, no entanto, mostra o terrorista assistindo à televisão.
Segundo especialistas em contraterrorismo americanos, não é incomum encontrar pornografia em esconderijos de terroristas islâmicos.
Para driblar seu autoimposto bloqueio tecnológico e comunicar-se com outros membros da Al-Qaeda, Bin Laden enviava e-mails do seu esconderijo sem deixar nenhum rastro digital. O método era trabalhoso e lento, mas funcionava. Tinha como base a disciplina e a confiança.
Oculto no seu complexo a nordeste do Paquistão, Bin Laden digitava as mensagens no seu computador sem nenhuma conexão de internet e, em seguida, salvava o material usando um pen drive. Depois, passava o dispositivo para um mensageiro confiável, que se dirigia a uma lan house. Ali, o mensageiro conectava o pen drive a um computador, copiava a mensagem de Bin Laden e a enviava como e-mail. Ele, então, copiava as respostas recebidas para o pen drive e retornava para a casa, onde o saudita lia as mensagens offline. Cerca de cem pen drives foram apreendidos após a morte de Bin Laden. Segundo autoridades americanas, eles devem ter arquivada toda a comunicação entre o líder terrorista e seus associados em todo o mundo.
Sabe-se que agentes da Al-Qaeda costumam mudar os endereços de e-mail de modo que não está claro se muitos ainda continuam ativos desde a morte do líder da organização. Os arquivos confiscados poderão ajudar os Estados Unidos a localizar outras figuras da Al-Qaeda e forçar os terroristas a mudar sua rotina.