SOFALA
A primeira Dama, Maria da Luz Guebuza, sublinhou, na Beira, haver a necessidade de se fazer da alfabetização de adultos um instrumento de combate à pobreza, já que esta cria bases para que a população tenha acesso ao conhecimento que lhe permite enfrentar e resolver os problemas da sua vida, promovendo a sua auto-estima e disseminação na luta com vista ao desenvolvimento social, económico e cultural de Moçambique.
A Primeira-Dama, Maria da Luz Guebuza, sublinhou na semana passada, na Beira, haver a necessidade de fazer da alfabetização de adultos um instrumento para o combate à pobreza, já que esta cria bases para que a população tenha acesso ao conhecimento.
Luz Guebuza falava no decurso dos trabalhos do Primeiro Colóquio Nacional de Alfabetização e Educação de Adultos (AEA) que decorreu durante dois dias, na sede Instituto Nacional de Alfabetização de Adultos, tendo contado com a presença de cerca de 150 participantes, entre quadros superiores do sector da Educação e Cultura, representantes de parceiros e diversos convidados.
Segundo ela, uma população alfabetizada fica habilitada para melhor aproveitar os recursos que a rodeia, explorando-os de forma sustentável, visando o seu bem-estar e o desenvolvimento do país, pois ao ensinar-se a ler e escrever, estão a ser criadas as bases para as pessoas terem conhecimentos que lhes possibilita interpretar os fenómenos, como a mortalidade materna e infantil, doenças, nomeadamente a malária e sida, as duas doenças que mais afectam a população moçambicana.
“O nosso Governo definiu a estratégia de Educação tendo em vista a erradicação de analfabetismo, o domínio da ciência, da tecnologia, a formação moral e cívica dos cidadãos e a consolidação da unidade nacional”, frisou.
A Primeira-Dama fez saber que com a implementação da estratégia, foram alcançados resultados encorajadores que se reflectem na redução do índice de analfabetismo no país de cerca de 93% em 1975 para os actuais 51,9%.
No seu entender, os bons resultados são fruto do empenho, comprometimento e sacrifício de todos os alfabetizadores voluntários e técnicos de alfabetização.
Contudo, apesar dos sucessos, de acordo com as suas palavras, há ainda muito trabalho por fazer com vista à erradicação do analfabetismo, visto que os índices continuam altos. Porém, na óptica da Primeira-Dama, Moçambique tem todo o potencial humano para poder erradicar o analfabetismo. Tendo em conta este aspecto, Maria da Luz realçou que educar é tarefa de todos, desde os elementos da sociedade civil até aos governantes. “Deste modo, apelou à participação activa de todos nas acções inseridas no programa central da AEA.
Em 2006, foi lançado no país um movimento de sensibilização e mobilização de recursos para a alfabetização. “Pretendemos fazer deste movimento um instrumento complementar aos esforços do Governo, dinamizando a participação de todos os segmentos da sociedade nesta árdua tarefa de criar o saber do homem, independentemente da sua idade”, referiu.
Por seu lado, o ministro da Educação e Cultura, Aires Ali, defendeu que a Alfabetização e Educação de Adultos é uma batalha que deve ser assumida por todos. Acrescentou ainda que se pode fazer mais em prol da alfabetização, permitindo que as pessoas saiam de uma condição de pobreza absoluta para um desenvolvimento sustentável.
Aprender dos velhos
Também o reitor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Filipe Couto, sublinhou não ser tarefa fácil ensinar a ler e escrever, “por isso alfabetizar é uma grande responsabilidade”. Anotou ainda que os alfabetizadores, para além de transmitir os seus conhecimentos, devem também aprender muita coisa com os adultos. Para o responsável máximo da UEM se os alfabetizadores não tiverem em mente que eles próprios também precisam de aprender com os velhos que ensinam a ler e escrever, estarão a provocar “um grande estrago na sociedade moçambicana”, pois só têm a ganhar se colherem a experiência deles, já que estes possuem o conhecimento da experiência feita. “Quando formos lá para as aldeias ensinar a ler e escrever, temos também que sentarmonos em baixo, para aprendermos com velhos aquilo que eles têm para nos ensinar.”
Por fim, o anfitrião, o Governador de Sofala, Alberto Vaquina, salientou que “o nosso compromisso para com os programas de Alfabetização e Educação de Adultos deriva do facto de entendermos estes esforços como um imperativo de justiça. Justiça porque se trata da realização do direito humano à educação.”