O governo de Bangladesh enforcou o líder islamista oposicionista Muhammad Kamaruzzaman, neste sábado, por crimes de guerra cometidos durante a guerra de independência do Paquistão, em 1971, o que gerou uma reacção raivosa dos seus apoiantes que convocaram uma greve como protesto.
Kamaruzzaman, de 63 anos, do partido Jamaat-e-Islami, foi enforcado na Prisão Central de Daca, depois que a Corte Suprema rejeitou o seu pedido contra a pena de morte imposta por um tribunal especial para genocídio e tortura de civis durante a guerra. Ele recusou-se a implorar por perdão ao presidente.
O diretor da prisão confirmou que a execução foi realizada às 10h30 (horário local).
O presidente do partido Jamaat-e-Islami, Maqbul Ahmed, disse em comunicado: “O governo, de uma maneira muito planeada, o matou por vingança política”. O partido declarou o domingo como um “dia de oração” por Kamaruzzaman e por paz e convocou greve geral para segunda-feira.
A força paramilitar da Guarda de Fronteira de Bangladesh foi implantada em todo o país para conter qualquer sinal de protesto.
Todas as estradas que levam até a prisão foram fechadas neste sábado e forças de segurança patrulharam a capital. Defensores da sentença logo saudaram a execução. Em todo o país, aconteceram várias marchas pedindo a conclusão de outros casos de crimes de guerra. Manifestantes ofereceram doces uns aos outros para festejar a execução.