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Banco Mundial diz que a meta da ONU para miséria foi cumprida

O Banco Mundial disse, Quarta-feira, que os países em desenvolvimento aparentemente já conseguiram reduzir pela metade a pobreza extrema, conforme estipulava uma meta da ONU adoptada em 2000, para ser cumprida até 2015.

A instituição multilateral de crédito, com sede em Washington, disse que os dados preliminares mostraram que o conjunto dos países em desenvolvimento atingiu em 2010 a primeira das oito Metas de Desenvolvimento do Milénio, que inclui também avanços contra a fome, as doenças e o analfabetismo.

“Estamos agora confiantes de que o mundo em desenvolvimento como um todo alcançou a primeira das Metas do Milénio, e alcançou essa meta em 2010, apesar da crise”, disse Martin Ravaillion, director do grupo de pesquisas do Banco Mundial e coordenador do relatório.

Mas a divisão por regiões mostra que apenas Europa Oriental, Oriente Médio e Leste da Ásia/Pacífico (o que inclui Índia e China) alcançaram a meta de combate à miséria, enquanto que a África e a América Latina ainda não chegaram lá.

No actual ritmo, o Banco Mundial prevê que em 2015 ainda haverá cerca de 1 bilião de miseráveis, pessoas que, segundo a definição internacional, vivem com menos de 1,25 dólar por dia.

Os novos dados do Banco Mundial, com base em 850 entrevistas domiciliares em 130 nações em desenvolvimento, mostram que a proporção de miseráveis no mundo já é a menor desde 1981, quando a instituição começou a fazer esse acompanhamento.

Além disso, segundo Ravaillon, é a primeira vez que o número de pobres diminui nas seis regiões do mundo, inclusive na África Subsaariana.

Por outro lado, segundo a pesquisa, houve menos avanços no combate à pobreza moderada, que atinge pessoas que vivem com renda de 1,25 a 2 dólares por dia.

O Banco Mundial estima que esse contingente passou de 648 milhões de pessoas em 1981 para 1,18 bilião de pessoas. Ravaillon disse que é um mistério o que mantém tanta gente presa a esse patamar dos 1,25 a 2 dólares por dia.

“Ter 22 por cento das pessoas nos países em desenvolvimento ainda a viverem com menos de 1,25 dólar por dia, e 43 por cento por cento com menos de 2 dólares é intolerável”, disse Jaime Saavedra, director do Grupo de Equidade e Redução da Pobreza do Banco Mundial.

Em geral, os pobres beneficiaram-se da aceleração do crescimento económico nas nações em desenvolvimento, mas muitos ainda não conseguem avançar devido à falta de empregos e de serviços básicos de educação e saúde.

A China é sempre citada como um exemplo de redução da pobreza por meio do crescimento económico.

Os dados do Banco Mundial mostraram que, entre 1981 e 2008, o número de chineses vivendo com menos de 1,25 dólar por dia diminuiu em 660 milhões de pessoas.

Na África, pela primeira vez desde 1981 menos da metade da população vive na pobreza extrema, mas Ravallion disse que as condições para um avanço maior no continente são pouco favoráveis.

Na América Latina, onde a pobreza aumentou até 2002, os números caem desde então. O Banco Mundial disse que a proporção de pessoas vivendo com até 1,25 dólar na região caiu de 14 por cento no auge, registado em 1984, para 6,5 por cento em 2008, menor índice já apurado.

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