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Banco Central reduz mais um bocadinho o custo do dinheiro em Moçambique

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Mesmo em tempos de emergência o Banco Central não muda a sua política monetária restritiva, nesta quarta-feira (17) baixou mais um pouco as suas taxas de referência que mantém o custo do dinheiro em Moçambique nos dois dígitos e parecem não ser suficientes conter a desvalorização do metical. A ver como os banqueiros, que mantém uma taxa de risco altíssima, reagem no fim do mês.

Por Adérito Caldeira

O Banco de Moçambique (BM) partilha da incerteza generalizada sobre o futuro: “os riscos e incertezas agravaram-se significativamente, com destaque para a instabilidade militar na zona norte do país, e a magnitude do impacto da covid-19. O prolongamento desta situação poderá afectar o perfil dos indicadores económico-financeiros”.

Em comunicado, após mais uma sessão do Comité de Política Monetéria (CPMO), o BM constata outro facto óbvio: “As medidas de mitigação da covid-19 poderão afectar o perfil das contas públicas, mas espera-se que parte significativa da pressão seja minimizada pelos apoios dos parceiros de cooperação”.

O Banco Central admite ainda que apesar da injecção de dólares que fez no mercado interbancário, “a taxa de câmbio continuou a registar uma depreciação no período, embora a ritmos cada vez menores nas últimas semanas”, estando o par dólar por moeda nacional cotado acima dos 70 meticais. 
 
Diante deste cenário e de uma expectativa de inflação baixa, “o Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 100 pontos base (pb), para 10,25 por cento”, e ainda “reduzir as taxas da Facilidade Permanente de Depósitos e da Facilidade Permanente de Cedência em 100 pb, para 7,25 por cento e 13,25 por cento, respectivamente, e manter os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional e em moeda estrangeira em 11,50 por cento e 34,50 por cento, respectivamente. Adicionalmente, o órgão deliberou eliminar as restrições ao acesso à janela da FPC introduzidas em Outubro de 2016”.

A ver como os banqueiros comerciais reagem a estas decisões do BM pois continuam a reagir tardiamente às reduções das taxas de referência e ainda por cima no início da pandemia da covid-19 aumentaram a sua taxa de risco mantendo o custo do dinheiro acima dos dois dígitos.
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