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Bancada da Renamo é contra marcação da data das eleições antes do fim das negociações

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A bancada parlamentar da Renamo considera ser um contra-censo o Presidente da República, Armando Guebuza, ter marcado a data das eleições gerais de 2014 numa altura em que ainda decorrem as conversações entre o Governo e Renamo. O ideal, defende, seria que a data fosse indicada após ter-se alcançado consenso sobre essa matéria entre as partes que dialogam.

O Presidente da República marcou para 15 de Outubro de 2014 a realização das próximas eleições gerais, sendo que no estrangeiros as mesmas irão decorrer três dias antes, ou seja, no dia 12 do mesmo mês. Entretanto, para a bancada da Renamo, segundo o seu porta-voz, Arnaldo Chalaua, que falava esta terça-quinta (01) na cerimónia de abertura da sessão extraordinária do Parlamento, “não faz sentido que enquanto estão a decorrer as negociações, por um lado, já se fale de marcação da data para a realização das eleições gerais. Isso é ir contra aquilo que seria o bom senso”.

Assim, a Renamo espera, segundo reiterou Chalaua, que acima de tudo no diálogo prevaleça a vontade política, pois só assim se poderá evitar o agravamento da tensão política e mal-estar no país. No entanto, mesmo sem ter ainda submetido a proposta, esta formação política considera que a revisão da legislação eleitoral nesta sessão extraordinária é muito pertinente.

A mesma vai, explica Chalaua, permitir que, pela primeira vez, os moçambicanos possam ir às urnas na certeza de que o seu voto será valorizado. “A revisão do pacote eleitoral é um momento bastante desejado pelo povo moçambicano. O povo está muito ansioso em ouvir e perceber essencialmente que o Parlamento aprovou a sua vontade”, disse o porta-voz, chamando atenção para a relevância do consenso no Parlamento sobre a revisão legislação pois esta constituirá o garante de tranquilidade e bem-estar no país.

“Esperamos que haja consenso em sede do Parlamento para que país possa avançar para o desenvolvimento económico e social. Sem isso, a tensão política e o mal vão continuar a perpetuar-se no nosso país. Não que desejamos isso, mas se entre as partes não houver vontade política poderemos desaguar nisso e vivermos momentos bastante tristes, o que não queremos”, referiu.

A revisão da legislação eleitoral, no entender de Chalaua, irá possibilitar o país avançar para uma verdadeira democracia, abandonando, portanto, a aparente democracia que fomenta a exclusão social e onde só um partido político aparece a perpetuar-se no poder e a abocanhar tudo. “Temos que lutar por uma democracia inovadora. A democracia não deve ser estática. Esta sessão extraordinária, acredito, vai trazer uma nova página na vida política e social”, concluiu.

Por sua vez, as bancadas parlamentares do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e da Frelimo mostraram-se satisfeitos com a data marcada para a realização das eleições. Na visão destas forças partidárias, o mais importante é que a data indicada respeita o que está determinado na lei.

“O que a legislação eleitoral estabelece quanto a esta matéria é que o Presidente da República tem até a primeira quinzena de Outubro para marcar a data das eleições gerais, por isso o MDM está completamente satisfeito”, comentou o porta-voz da bancada da MDM, José de Sousa.

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