A Avenida Julius Nyerere, na capital moçambicana, está desde quinta-feira (30) aberta ao trânsito, 16 anos depois de estar fechada em consequência das enxurradas do ano 2000, que a tornaram intransitável. Foram anos de uma reabilitação marcada por sucessivos atrasos e obras de má qualidade, o que forçou a edilidade a suspender a licença da empresa portuguesa Britalar.
A reabilitação da via, entre a Praça do Destacamento Feminino e a Praça dos Combatentes, vulgo Xikhelene, compreendeu uma extensão de cerca de quatro quilómetros e esteve a cargo da construtora Gabriel Couto.
David Simango, presidente do município de Maputo, disse que uma nova rota de transporte público será aberta na Avenida Julius Nyerere com vista a garantir fluidez na mobilidade dos cidadãos que, através do troço Praça dos Combatentes/Museu e Praça dos Combatentes/Baixa levam horas a fio para chegar aos seus destinos.
A estrada liga o centro da urbe e as zonas periféricas. O edil apelou aos munícipes para que não transformem os passeios da via em locais comércio, pelo que em breve irão arrancar as obras de restauração do mercado Mukoreano, há anos degradado.
No ano passado, o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), iniciou uma investigação por conta de algumas irregularidades na adjudicação da reabilitação daquela avenida ao consórcio Britalar/Ar-Lindo, pelo Conselho Municipal de Maputo. O desfecho do processo não chegou a ser de domínio público.
Contudo, de acordo David Simango, a Britalar vai devolver ao município e Banco Mundial uma parte dos cerca de sete milhões de dólares norte-americanos gastos nas obras de má qualidade por si executadas. Ele não disse quando exactamente o reembolso será efectuado, nem o montante em causa, mas avançou haver negociações para o efeito.