O calvário a que os citadinos de Maputo e da Matola estão sujeito em virtude da falta de energia eléctrica e água potável, e que tem piorado desde a avaria numa subestação no bairro do Fomento, em Setembro passado, não tem um fim à vista. A Electricidade de Moçambique (EDM) disse na terça-feira (08) que não se sabe quando é que vai terminar a reparação do dano, que inicialmente devia durar 45 dias, pelo que os cortes na provisão dos serviços em alusão vão prevalecer. Recorde-se que a tarifa de energia eléctrica aumentou em mais de 15% desde o passado dia 1 de Novembro.
Nesta quadra festiva, período em que os cortes no fornecimento de corrente eléctrica e água potável têm sido mais sistemáticos e dramáticas na medida em que causam enormes prejuízos, os munícipes auguram dias piores. Milhares de pessoas, entre elas mulheres, crianças e idosos, calcorreiam as diversas artérias à procura de pelo menos um bidão do precioso líquido para as suas necessidades domésticas. As outras, procuram, milagrosamente, desconstruir o adágio popular segundo o qual “sem água não há vida”, pois só elas sabem como sobrevivem diante desta situação.
Neves Xavier, director da área operacional do sul na EDM, declarou à imprensa que neste momento a subestação do Infulene é que está a abastecer a capital moçambicana e a província de Maputo. A reparação da avaria, a cargo de técnicos portugueses tinha sido concluída mas o equipamento foi reprovado por conta de falhas durante um teste. Assim, as peças danificadas foram enviadas para Portugal para serem reparadas.
Enquanto isso, avançou Neves Xavier, a EDM, firma que de acordo com um estudo do Centro de Integridade Pública (CIP) está mais envolvida em negociatas com o partido dos “camaradas” do que prestar serviços a que se destina, vai desembolsar oito milhões de dólares na compra de dois novos aparelhos para substituir os que foram danificados.
Por sua vez, Calisto Cossa, presidente do município da Matola, explicou, na conferência de imprensa que visava explicar aos munícipes as razões da persistência de restrições no fornecimento de energia eléctrica e água, que o sofrimento do povo preocupa mas a normalização do problema depende da reparação avaria na subestação da Matola.
Aliás, Neves Xavier disse que para agravar o drama dos citadinos, cinco torres de betão de transporte de corrente eléctrica tombaram em Boane, na província de Maputo. Por isso, as restrições aumentaram. Importa salientar que as subestações da Matola e do Infulene perecem reclamar novos equipamentos, pois, para além de alimentarem as províncias de Maputo, Gaza e Inhambane, já funcionam no seu limite, ou seja, estão deveras saturadas.
E os problemas de energia são também bastante sérios em Nampula, Zambézia e pelo resto do vasto Moçambique. Alguns cortes, por vezes sem explicação aceitável, chegam a confundir-se com uma tremenda falta de respeitos por parte da EDM para com os clientes, que pese embora vivam com os nervos à flor da pele, estão desprovidos de alternativas para se livrarem das amarras do monopólio.