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Autoridades sul-africanas suspeitam que os milhões apreendidos na posse de moçambicanos possa estar relacionado com raptos ou actividades terroristas

As autoridades policiais da África do Sul suspeitam que os milhões de dólares norte-americanos e de euros, apreendidos no passado dia 25 de Dezembro na posse de dois cidadãos moçambicanos identificados pelos nomes de Hassan Momade e Abdul Ahmed, podem estar relacionados com os raptos que assolam as cidades de Maputo, Beira e Nampula ou mesmo com o financiamento de actividades de terroristas islâmicos.

Os dois cidadãos – detidos na fronteira de Lebombo quando viajavam de Moçambique para a África do Sul, na posse de 4,9 milhões de dólares norte-americanos, 2,2 milhões de euros e ainda 20 mil rands, em dinheiro não declarado -, foram presentes a tribunal, na cidade Barberton, na segunda-feira(28) e a Juíza ordenou a manutenção da sua detenção na esquadra de Komatipoort até ao dia 4 de Janeiro de 2016 altura em que irá ponderar se os réus vão aguardar o julgamento, das acusações de tráfico de moeda e de branqueamento de capitais, em liberdade ou detidos.

De acordo com o advogado de defesa dos moçambicanos, o cidadão identificado pelo nome de Hassan Momade, de 50 anos de idade, confessou ser o organizador do transporte ilegal do dinheiro, encontrado escondido num fundo falso da bagageira da viatura de marca toyota, onde também viajava o cidadão identificado pelo nome de Abdul Ahmed, de 37 anos de idade, mas que seria apenas um passageiro.

Entretanto o brigadeiro Hangwani Mulaudzi, porta-voz de uma unidade especial da Polícia sul-africana conhecida pelo nome de Hawks, afirmou a agência noticiosa APA, que o dinheiro apreendido poderá estar relacionado com os sequestros que acontecem nas principais cidades moçambicanas desde 2011 e cujos criminosos exigem exigem em regaste das suas vítimas elevadas somas que são pagas em dinheiro. As vítimas começaram por ser empresários com ascendência asiática mas estenderam-se também a cidadãos de nacionalidade portuguesa e moçambicana.

O brigadeiro Hangwani Mulaudzi afirmou ainda que o dinheiro poderá também estar relacionado com o financiamento de grupos de terroristas islâmicos.

Os medias sul-africanos referem que há registo no país vizinho de aumento do recrutamento de combatentes e da recolha de fundos para o grupo Estado Islâmico, ou Daesh, que controla várias regiões na Síria e no Iraque mas cujas acções terroristas estendem-se para outras partes do globo.

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