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Autora de “Ninguém Matou Suhura” é Prémio Craveirinha 2011

Autora de “Ninguém Matou Suhura” é Prémio Craveirinha 2011

Lília Momplé é a vencedora do Prémio José Craveirinha 2011, o maior da literatura Moçambicana. A cerimónia de divulgação de resultados teve lugar esta quinta-feira (20) em Maputo e a escritora levou 25 mil USD (cerca de 700 mil meticais).

O Prémio José Craveirinha 2011 é atribuído pela Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) em parceria com a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB). O vencedor da edição de 2010 foi Calane da Silva.

Lília Momplé entra na literatura e oficializa-se com a reconhecida obra “Ninguém Matou Suhura”, em 1988, aos 53 anos de idade. Ela editou a própria obra e as reedições já chegam a cinco. A sua temática engloba o retrato de conflitos sociais, problemas de colonização, entre outros, e ela predefiniu-se como uma contadora de histórias verdadeiras.

“Escrevi porque tinha uma carga muito grande sobre o colonialismo em Moçambique. Eu tinha raiva do colonialismo. Muita raiva. Tinha a raiva da injustiça. Eu nunca me conformava por tudo que via: massacres sofrimento, opressão. Isso incomodava-me”, conta a autora de “Ninguém Matou Suhura”.

Aliás, faz parte do livro o conto “Caniço”, vencedor do prémio 10 de Novembro de 1987, a quando dos 100 anos da cidade de Maputo. No mesmo lugar repetiu a proeza levando o Prémio José Craveirinha 2011.

“É muito emocionante para mim, voltar a este Paços do Conselhos Municipal, 25 anos depois para receber mais um prémio, e como se não bastasse, o maior do país. Fico contente por receber o valor porque um escritor raramente é rico, os editores o são”, disse Lília Momplé, logo depois de receber o recompensa.

O Prémio José Craveirinha passou desde 2010 a premiar o escritor pela sua carreira. Nesse contexto, os 5 dólares norte-americanos disputados na altura que incrementaram para os actuais 25 mil financiados pela HCB. Cabendo à AEMO a nomeação do vencedor. À semelhança do que aconteceu ao Calane da Silva, em 2010, para além da obra, Lília Momplé foi premiada por causa do mérito de outros livros, nomeadamente, “Neighbours” (1995) e “Os Olhos da Cobra Verde” (1997).

Quem é a laureada?

Lília Maria Clara Carriére Momplé, nascida a 19 de Março de 1935 na Ilha de Moçambique, província de Nampula, é Assistente Social de profissão, com licenciatura em Serviços Sociais. Foi professora de línguas inglesa e portuguesa na Escola Secundária da Ilha de Moçambique e directora da mesma escola entre 1970 e 1981. Trabalhou como assistente social em Lisboa, Lourenço Marques (actual cidade de Maputo) e em São Paulo (Brasil) em 1960 a 1970.

Em outras missões, Lília Momplé foi, de 1992 a 1998, directora do Fundo para o Desenvolvimento Artístico e Cultural (FUNDAC) e de 2001 a 2005, membro do Conselho Executivo da UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura.

No seu percurso literário, dirigiu a Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) de 1991 a 2001, como secretária geral, de seguida ficou presidente da Mesa da Assembleia-geral da mesma agremiação.

Ainda na arte, a escritora publicou um vídeo de drama intitulado “Muhipiti-Alima”, editado pela PROMARTE em 1997.

As obras da Lília Momplé, já foram editadas em Inglês, Italiano, Francês e Alemão. Neste momento, a escritora faz parte do “Internacional Who´s Who of Authores and Writeres”. E desde 1997 é membro de “Honorary Fellow in Literature” da Universidade IOWA dos Estados Unidos da América (EUA).

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