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Toma que te dou: Aurélio Furdela no África Tropical com o sorriso das hienas

Na verdade, este texto é um agradecimento. Público. Ao Mário Albuquerque. Proprietário do “África Tropical”. Na cidade de Inhambane. Onde as pessoas se encontram. E se misturam. E se Juntam. E se unem. E se apertam. E se amam. E levitam ao som da música ao vivo.

Foi lá que, no passado dia 26 de Julho,  Aurélio Furdela lançou a sua mais recente obra literária, “As hienas também sorriem”. Sem pagar nada pelo espaço. Nem o quarto para dormir. Nem os músicos que foram ao palco para, numa jam session, festejar com o escritor e com o público o livro que era dado à estampa. Mário abriu o coração e desvalorizou o dinheiro. Ele que, para além de homem de negócio, é um devorador de livros.

Obrigado Mário. Pela hospitalidade. Que vai para além do mecenato. Agradecemos todos nós que percebemos a grandeza do gesto. E a vida é feita pela mão aberta. Pela alma. Pelo desinteresse. Pelo amor àquilo que faz bem aos outros. E todos nós estivemos lá. No dia 26 de Julho. Debaixo daquele tecto de colmo. Cada um no seu azimute, mas todos no mesmo voo. Sem nos preocuparmos com o que vai acontecer amanhã. Porque a vida é inesperada. Não esperemos por ela. Vivamo-la. Agora. Nem que seja no “África Tropical”.

Aurélio Furdela está apaixonado pela cidade de Inhambane. Quer vir sempre para aqui. Veio agora. Outra vez. Com um livro no regaço. Para publicá-lo. Sem saber que seria recebido com carinho. Supreendeu-se. Ele e o seu amigo, o Amilcar, uma jóia de pessoa. E Furdela disse-me que vai falar do “África Tropical” quando chegar a Maputo. Vai falar do Mário. E dizer à Sónia que ele também esteve aqui. Porque aqui a Sónia também esteve. Para lançar o seu livro. E teve as portas completamente abertas.

O “África Tropical” merece receber mais eventos desta natureza. Aqui é um lugar de cultura. De culturas também. De repente temos a impressão de que o mundo se compactou e vai morar aqui. Onde não há limites. Onde as pontes se ampliam. Onde os muros são derrubados. Onde os preconceitos são esmagados. Porque se queres conhecer o valor desta árvore, trepa-a e prova o seu fruto.

É isso! Na verdade, este texto é um agradecimento. É um reconhecimento de que com pessoas assim, como o Mário Albuquerque, a cultura pode avançar mais um passo. E um passo, por mais pequeno que seja, quando é dado com firmeza, ele se agiganta. E quando esse passo é dado para abraçar os outros, então estamos perante uma grandiosidade. Porque as grandes coisas são feitas de coisas pequenas. Como estender a mão a um amigo. A um desconhecido. E a vida só faz sentido assim.

Depois de Sónia Sultuane e Aurélio Furdela, quem mais levará uma obra ao “África Tropical”? Não sei. Já há nomes pairando no ar. Na devida altura sabe-lo-emos. Por enquanto fica este apreço. E o recado do Nuno, filho do Mário e bar-man, ao Aurélio Furdela, que mandou cozinhar uma mathapa e depois não comeu. Foi-se embora. Apressado. Porque o carro estava à espera na Maxixe. E a panela estava ainda ao lume. Que pena! E o Nuno disse, “fão faz mal, fica para a próxima”.

Obrigado, Mário Albuquerque. Obrigado a todos os que foram abraçar Aurélio Furdela. Obrigado aos músicos. Todos eles.

Até!

 

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