Pelo menos 77 pessoas foram mortas e mais de 140 ficaram feridas em três atentados em Bagdad nesta terça-feira, informaram a polícia e fontes médicas, ampliando a onda mortal de ataques na capital do Iraque neste ano e levando combatentes xiitas às ruas para defender algumas áreas.
O poderoso clérigo Moqtada al-Sadr culpou o governo por não proporcionar segurança, e centenas de milicianos leais a ele se deslocaram para Sadr City e outras cinco áreas de maioria xiita, onde tem ocorrido o pior da recente violência. O Estado Islâmico reivindicou um atentado suicida que matou 41 pessoas e feriu mais de 70 em um mercado no distrito de maioria xiita al-Shaab.
Um carro-bomba na vizinhança xiita de Sadr City deixou pelo menos 30 mortos e 57 feridos, e um outro carro explodiu no bairro misto xiita-sunita de al-Rasheed, ao sul da capital, matando seis pessoas e ferindo 21, segundo as fontes. O primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, ordenou a prisão do oficial responsável pela segurança de al-Shaab após o ataque, informou o gabinete de Abadi num comunicado, sem dar motivo para a detenção.
Ataques reivindicados pelo Estado Islâmico dentro e em torno da cidade na semana passada mataram mais de 100 pessoas, o maior número de mortos em poucos dias até agora este ano, o que provocou irritação e protestos de rua contra o fracasso do governo em garantir a segurança.
A segurança havia melhorado em Bagdad nos últimos anos, quando as tensões sectárias diminuíram e o perímetro da cidade foi fortificado. No entanto, o Estado Islâmico, formado por militantes sunitas ultra-radicais que controlam partes do norte e oeste do Iraque, realiza atentados suicidas cada vez mais regulares na capital, atingindo áreas xiitas e alvos do governo, apesar de não ter tentado tomar a cidade.